Carlos Queirós (1907-1949) - poète, essayiste, et critique littéraire, portugais, de son nom José Carlos Queirós Nunes Ribeiro, né à Lisbonne en 1907.
Dans ce poème, Carlos Queirós cherche l'inspiration pour son travail, et explique que la création poétique est exigeante, et que le poète n'est pas le maître dans ce jeu d'attraction que la poésie lui offre! La panne d'inspiration peut représenter une rude épreuve! Voici ma traduction libre du texte de ce jour:
Tu exiges de moi toute ma vie
N’est-ce
pas, poésie ?
Toute ma
vie, toute mon âme,
Le sang qui
coule en moi...
- Mais en retour, tu ne promets,
Même pas une minute d’amour !
Je t’ai donné mes douloureuses insomnies
Je t’ai
donné les heures les plus intenses
De mon bref
calendrier.
Et en
comparaison ils sont infimes
Les bonheurs secrets,
L’orgueil (inconfessé)
Que tu m’as donnés...
La récompense que tu caches
En échappées de femelle effrayée
(N’est-ce pas, poésie ?)
Quand elle n’est pas posthume, elle enferme
L’amère, l’inhumaine,
La saveur humillante
D’un baiser que l’on donne par charité.
Cependant, oh! Combien de fois
Même ainsi je ressens l’envie
De te donner
Toute ma vie, toute mon âme,
Le sang qui
coule en moi...
- Poésie, n’est-ce pas ?
Tu pedes-me a vida toda
Poesia, não é verdade ?
Toda a vida, toda a alma,
O sangue que em mim circula...
- Mas não prometes, em troca,
Nem um minuto de amor !
Dei-te insónias dolorosas,
Dei-te as horas mais intensas
Do meu breve calendário.
E ao pé delas foram infímas
As secretas alegrias,
O orgulho
(inconfessável)
Que me deste...
A recompensa que escondes
Em fugas de fêmea esquiva
(Poesia, não é verdade?)
Se não é póstuma, encerra
O amargo, o desumano,
O humilhante sabor
Dum beijo dado por esmola.
Contudo, ah! Quantas vezes
Assim mesmo sinto ânsias
De te dar
Toda a vida, toda a alma,
O sangue que em mim circula...
- Poesia, não é verdade ?
Carlos Queirós
Pour suivre la poésie, je vous invite à une petite promenade; c'est un parcours dans le Parc des Poètes à Lisbonne (Oeiras) qui rend hommage aux poètes, avec de nombreuses statues de poètes (50 portugais et 10 autres des pays de langue portugaise):
Parque dos Poetas 3 publié par
Joao Damasio
Confesso que não conhecia.
RépondreSupprimerBoa semana
Olá, Ângela
RépondreSupprimerAlgumas das vezes em que aqui vim deparei-me com poetas desconhecidos para mim...
Foi o que aconteceu mais uma vez, não conhecia este poeta - Carlos Queiroz.
Mais uma vez aumentei o meu conhecimento vindo aqui...:)
Obrigada pela partilha. Gostei do poema.
Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Também não conhecia...
RépondreSupprimerFui pesquisar e soube que o poeta não se chama «Queiroz»,
mas Carlos Queirós e o poema tem o título Canção Grata.
Dias muito felizes.
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Ps - Para aceder ao meu blogue clique sobre o meu nome.
muito obrigada Majo
Supprimerjá corrigi :)
talvez a correção automática tivesse mudado o nome e eu não me apercebi ?!
Também peço poesia
RépondreSupprimerComo o poema conclama,
Porque minha alma reclama
Por beleza dia a dia.
O poema é apologia
À gratidão de quem ama
Poesia e arde à flama
Do belo e da fantasia.
Parabéns, Angela e digo
Que sem versos não consigo
Achar na arte o singelo
Que anima a alma, e bendigo
Este teu espaço amigo
Partilhando o amor e o belo.
Grande abraço. Laerte.