jeudi 5 novembre 2020

Beatriz Brandão - "Voa, suspiro meu, vai diligente / Vole, mon soupir, va diligent"

Beatriz Francisca de Assis Brandão 
(Ouro Preto, 1779 — Rio de Janeiro, 1868)
fille du sargent-major Francisco Sanches Brandão et de Isabel Feliciana Narcisa de Seixas,
image du net

poètesse, traductrice, musicienne et éducatrice, née au Brésil pendant la période coloniale.
C'est son arrière grand-père Francisco Sanches Brandão qui avait quitté la ville de Porto, au Portugal, pour aller vivre au Brésil. 

"Sonnet"

Voa, suspiro meu, vai diligente,
Busca os Lares ditosos onde mora
O terno objeto, que minha alma adora,
Por quem tanta aflição meu peito sente.

Ao meu bem te avizinha docemente;
Não perturbes seu sono: nesta hora,
Em que a Amante fiel saudosa chora,
Durma talvez pacífico e contente.

Com os ares, que respira, te mistura;
Seu coração penetra; nele inspira
Sonhos de amor, imagens de ternura.

Apresenta-lhe a Amante, que delira;
Em seu cândido peito amor procura;
Vê se também por mim terno suspira.

(Beatriz Brandão)

J'ai fait la traduction en amateur, de ce sonnet aux empreintes de lyrisme Romantique, où les sentiments de l'amour sont à l'honneur:


Vole, mon soupir, va diligent, 
Cherche les radieux lieux où vit 
Le tendre objet, que mon âme adore, 
Pour qui tant d'affliction ma poitrine ressent. 

À mon bien-aimé, l'approche doucement; 
Ne dérange pas son sommeil: à l'heure, 
Où sa fidèle Amante de désir pleure, 
Peut-être dort-il paisible et content. 

Avec l'air, qu'il respire, va t'assembler; 
Pénètre son coeur; en lui inspire
Des rêves d'amour, de douces pensées. 

Présente-lui l'Amante, qui délire; 
Dans sa candide poitrine l'amour elle cherche; 
Vois aussi si pour moi, tendre il soupire.



Transcritos de publicações da internet, alguns detalhes da vida de Beatriz Brandão:

Beatriz Francisca de Assis Brandão 
Ou D. Beatriz, como assinava suas obras foi uma poetisa, música, colunista, professora e tradutora que viveu em Minas e no Rio de Janeiro nos séculos XVIII e XIX.
Nascida em 29 de Julho de 1779, na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), a poeta era prima de Maria Doroteia de Seixas Brandão, a Marília de Dirceu; 
casou-se com o Alferes Vicente Baptista de Alvarenga e se lhe divorciou em 1839 pelo Juízo Eclesiástico, por ser vítima de maus tratos dele. 
A partir daí, ela se muda para o Rio de Janeiro, onde passa a publicar os poemas que sempre escrevera; contribuiu para os jornais Marmota Fluminense e Guanabara. Após publicar suas obras no Parnaso Brasileiro, ela as compila e publica um livro de poesia - Cantos da mocidade - e, em seguida, um segundo livro: Carta de Leandro a Hero, e Carta de Hero a Leandro, ambos no Parnaso Brasileiro. Ela morre em 05 de fevereiro de 1868, no Rio de Janeiro. É patrona da cadeira nº 38 da Academia Mineira de Letras.


Et encore un deuxième sonnet de Beatriz Brandão:


SONETO

Que tens, meu coração? Porque ansioso
Te sinto palpitar continuamente?
Ora te abrasas em desejo ardente,
Outra hora gelas triste e duvidoso?

Uma vez te abalanças valeroso
A suportar da ausência o mal veemente;
Mas logo esmorecido, descontente,
Abandonas o passo perigoso?

Meu terno coração, ela, resiste,
Não desmaies, não tremas; pode um dia
Inda o Fado mudar o tempo triste.


Suporta da saudade a tirania,
Que ainda verás feliz, como já viste,
Raiar a linda face da alegria.

(Beatriz Brandão)

12 commentaires:

  1. Poesia deslumbrante que me fascinou ler. Puro fascínio poético
    .
    As maiores felicidades
    Abraço

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  2. Lindo e bem construído soneto! beijos, chica

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  3. Exemplos perfeitos da 'Árcade', período literário brasileiro do Século XVIII...
    Gostei de ler esta escritora.
    Tudo pelo melhor. Beijinho, Angela.
    ~~~~~~~~~~~~

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  4. Apesar de andar sempre a pesquisar poetisas para o meu A mulher e a poesia, não conhecia esta Beatriz Brandão e gostei muito de ler.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  5. Seu coração penetra; nele inspira
    Sonhos de amor, imagens de ternura.

    Apresenta-lhe a Amante, que delira;
    Em seu cândido peito amor procura;
    Vê se também por mim terno suspira.

    (Beatriz Brandão)

    Bom dia de domingo, querida amiga Ângela!
    Suas escolhas nos enriquecem.
    Não conhecia a escritora.
    Gosto de ler poemas novos..
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Bjm carinhoso e fraterno

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    1. Boa tarde de domingo, querida amiga Ângela!
      Você está aqui com carinho e gratidão:
      https://espiritual-marazul.blogspot.com/2020/12/o-amor-e-tecido-na-infancia-inspirada.html
      Tenha ótima semana nova!
      🍀🙏🏠😇☃️🌲😘

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  6. Não conhecia esta poetisa.
    Obrigado pela partilha.
    Bom resto de semana, querida amiga Ângela.
    Beijo.

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  7. Angela, que grata descoberta você nos apresenta esta Beatriz. Mineira das terras de Ouro Preto onde jazia Tiradentes e poetas como Claudio Manoel, ligação forte com politica e poesia sobre as pedras de minério da cidade. Sonetos lindos doloridos do desamor, desencanto.
    Amei poder ler e conhecer esta poetisa das Gerais.
    Grato amiga.
    Carinhoso abraço e feliz semana.

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  8. Olá, Ângela, que é feito de ti? Estás bem de saúde e bem longe da Covid-19, assim o espero e quero.
    Eu estou bem, segundo penso, e dando aulas presenciais, como habitualmente, mas com muito cuidado.

    Tenho-te estranhado e não te tenho encontrado na blogosfera, mas a situação k vivemos não nos deixa sossegar e estar em paz.

    Não conhecia esta poetisa brasileira, nascida no século VXII e que teve uma brilhante carreira.
    Gostei dos dois sonetos, mas nota-se que não foi bem amada, algo que qualquer mulher deseja.

    Beijos e muita saúde para ti e para os teus. É nestes momentos, e não só, que nos devemos unir e puxarmos todos para o mesmo lado.
    A natureza não perdoa os nossos erros, mas tenhamos esperança.

    Saúde, minha amiga e cuida-te!

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  9. Essa poeta fugiu dos padrões femininos
    da sua época.
    Palmas e beijos por sua coragem.
    Angela, um beijo.

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Merci de tout coeur pour vos visites et commentaires!