Pour vous présentar ce mouvement littéraire, je reproduis la définition trouvée dans Wikipédia:
"Le Parnasse, ou mouvement parnassien, est un mouvement poétique apparu en France dans la seconde moitié du xixe siècle. Le mouvement tire son nom du recueil poétique Le Parnasse contemporain publié entre 1866 et 1876 par l’éditeur Alphonse Lemerre. Le terme parnasse, dans son usage commun, désigne la poésie en général et les poètes.
Le mouvement parnassien apparaît en réaction au lyrisme subjectif et sentimental du romantisme."
Au Portugal le mouvement poétique prend le nom de "Parnasianismo", et son représentant dans ce post, est le poète Gonçalves Crespo.
António Cândido Gonçalves Crespo (1846 — 1883)
foi um poeta e jurista português (Wikipedia)
"...António Cândido Gonçalves Crespo (1846-1883), filho de negociante português e de mãe negra, nasceu nos arredores do Rio de Janeiro, na roça de seu pai.
Inicia a instrução num colégio da capital carioca e aos 14 anos viaja para Portugal onde passará a residir, primeiro no Porto, depois em Braga, onde se revela como poeta, escreve para várias publicações periódicas e participa nas tertúlias literárias do Café Viana. Em 1872, ingressa na Universidade de Coimbra, formando-se em Direito em 1877. Veio a ser eleito deputado pelo Círculo da Índia (Goa e Nova Goa) nas eleições de 1879 e de 1881...."
A SESTA
Na rede, que um negro moroso balança,
qual berço de espumas,
formosa crioula repousa e dormita,
enquanto a mucamba nos ares agita
um leque de plumas.
Na rede perpassam as trémulas sombras
dos altos bambus;
e dorme a crioula, de manso embalada,
pendidos os braços da rede nevada
mimosos e nus.
Na rede, suspensa dos ramos erguidos,
suspira e sorri
a lânguida moça, cercada de flores;
aos guinchos dá saltos na esteira de cores
felpudo sagui.
Na rede, por vezes, agita-se a bela,
talvez murmurando
em sonhos as trovas cadentes, saudosas,
que triste colono por noites formosas
descanta chorando.
A rede nos ares do novo flutua,
e a bela a sonhar!
Ao longe nos bosques escuros, cerrados,
de negros cativos os cantos magoados
soluçam no ar.
Na rede olorosa… Silêncio! Deixai-a
dormir em descanso!...
Escravo, balança-lhe a rede serena;
mestiça, teu leque de plumas acena
de manso, de manso…
O vento que passe tranquilo, de leve,
nas folhas do ingá;
as aves que abafem seu canto sentido;
as rodas do «engenho» não façam ruído,
que dorme a sinhá!
Gonçalves Crespo
Comme le préconisaient les Parnassiens, "il n’y est absolument pas question de l’auteur et de ses sentiments personnels" dans ce poème de Gonçalves Crespo.
Le poète, se rappelant ses origines, et les images qui lui restent dans la mémoire, décrit une scène fréquente et familière des villages brésiliens.
La sieste
Dans le hamac, qu'un nègre indolent balance,
tel un berceau d'écumes,
une belle créole se repose et sommeille,
pendant que la servante dans l'air agite
un éventail de plumes.
Sur le hamac glissent les ombres tremblantes
des hauts bambous;
et la créole dort, tout doucement bercée,
les bras pendant du filet immaculé
devêtus et doux.
Dans le hamac, accroché aux branches surélevées,
elle soupire et sourit
fille languide, entourée de fleurs;
en criant et sautant sur le tapis de couleurs
un poilu ouistiti.
Dans le hamac, parfois, la belle s'agite,
peut-être qu'en murmurant
en rêve les poésies soudaines, nostalgiques,
qu'un colon triste dans les nuits magiques
chantonne en pleurant.
Le hamac à nouveau dans l'air vacille,
et la belle dort en rêvant!
Au loin dans les bois sombres, serrés,
des nègres captifs les chants blessés
dans l'air en sanglotant.
Dans le hamac parfumé… Silence! Laissez-la
dormir tranquillement!...
Esclave, balance son filet retenu;
métisse, ton éventail de plumes salue
tout doucement, tout doucement…
Que le vent passe tranquille et discret,
dans les feuilles de l'inga;
que les oiseaux noient leur chant assombri;
que les roues du "moulin" ne fassent pas de bruit,
car elle dort la sinhá!
sinhá nom donné à la maîtresse de maison dans les fermes du Brésil (de senhora)
A definição de parnassianismo no dicionário é uma corrente literária de origem francesa que na segunda metade do século XIX se opunha ao gosto romântico, defendendo um poema baseado em virtuosismo técnico, em linguagem refinada e em uma visão distanciada do mundo.
Em Portugal, os principais autores parnasianos são: João Penha, Gonçalves Crespo, António Feijó e Cesário Verde.
"Esta reação teve como lema «a arte pela arte», ou seja, a arte como um fim em si mesma, colocando-a ao serviço da sociedade."
Adorei a publicação! Obrigada pela partilha!! :)
RépondreSupprimer-
São dias assim no meu estado
-
Beijos e uma excelente semana :)
Today there is no lack of reasons to smile and every moment is an opportunity to experience the best sensations in the world. May this day be the stage of the greatest adventures and in the end our hearts are filled with joy.
RépondreSupprimerE se eu sou dado a sestas!!!
RépondreSupprimerBoa semana
Obrigado por dar a conhecer!!! Bj
RépondreSupprimerMuito aprendo, neste espaço!
RépondreSupprimerConheci Gonçalves Crespo,
O poeta principesco
Como Cruz de Sousa. Passo
A conhecê-lo ao regaço
De um poema excelente,
Em que criola dolente
Na paz, em rede descansa,
Como uma ingênua criança
À sombra, em verão quente.
Gratidão pela partilha. A amiga é sempre pródiga não só em seu espaço, mas igualmente em comentários que posta. Gostei imensamente do texto deixado em meu cantinho. Muito obrigado! Abraço fraterno. Laerte.
Na rede, suspensa dos ramos erguidos,
RépondreSupprimersuspira e sorri
a lânguida moça, cercada de flores;
aos guinchos dá saltos na esteira de cores
felpudo sagui.
Olá, querida amiga Ângela!
Hoje é sábado, estendi a rede na varanda e lendo seu poema, fico sentindo o bentinho gostoso e suave... Que semelhança e sintonia!
Vir aqui é refrescante com suas escolhas tão propícias neste tempo.
Seja muito feliz e abençoada!
Beijinhos, saúde e preces
🍀🙏🕊️👼🙌💐😘
O movimento bem representado no Nrasil, quase passou despercebido em Portugal...
RépondreSupprimerO marido da grande Maria Amália Vaz de Carvalho que deu nome ao liceu onde estudei... É lamentável a sua morte prematura...
Gostei de recordar, Ana. Beijinhos.
~~~
Gonçalves Crespo, ainda que recorrendo a memórias suas,
RépondreSupprimerconta uma estória que tem o seu lugar na História.
Gostei muito da referência a essa corrente literária, o
Parnasianismo, que vem sacudir os poetas da letargia
imposta pelo Romantismo.
Obrigada.
Beijo
Olinda