dimanche 28 juillet 2019

Promessa de primavera



"... Visitar os blogs participantes e comentar na postagem, para fortalecer essa interação e apreciar as lindas participações que todos organizam com muito carinho e competência poética…." A convite da Prof.ª Lourdes Duarte e da 90ª EDIÇÃO DO POETIZANDO E ENCANTANDO
A 7ª Imagem- Uma linda jovem ar romântico em meio as flores do campo.
http://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com/2019/07/90-edicao-do-poetizando-e-encantando.html


Sou promessa de primavera

Sou promessa de primavera,
Sou verdade, sou quimera,
Em oceanos vagos, por campos floridos
A passos largos, sinto-me leve, falo contigo!

A dócil brisa suave e morena,
Afaga meus cabelos, me abraça a alma,
Trilhos bordados de melodia pura,
Por eles, vou calma, confiante e segura.

Nos meus olhos cor de natureza,
Debruçam-se as lágrimas da sintonia,
Gravo no olhar a infindável beleza,
Que me deixa sonhar até não ser dia.

Enfeita-se o leito da minha ventura,
Guardo no peito, amor e candura,
Abre-se o pranto da minha vontade,
Rego com lágrimas a doce saudade.

Quem quer que seja que mande no vento,
Por ele espalho o meu sentimento,
Nas pétalas de maior brancura,
Deixo os meus sentires e a minha ternura !

Angela

Espero que gostem. Bom domingo a todos e a todas,
Abraço grande!

samedi 20 juillet 2019

Olha-me nos olhos!


Chegamos à 89ª EDIÇÃO DO POETIZANDO E ENCANTANDO
Parabéns Prof.ª Lourdes Duarte ! Parabéns a todos os participantes!
Para a minha participação, escolhi a 
5ª Imagem - Um casal abraçados romanticamente se olhando.
do blogue:
https://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com/2019/07/89-edicao-do-poetizando-e-encantando.html


Olha-me nos olhos!

Amor que não esquece,
Pinta-se de negro, enlouquece.
Paredes nuas, becos de ruas,
Olhares abstraídos, a vida esmorece.

São portas que se fecham, na escuridão,
Almas feridas, palavras quebradas,
Sorrisos cativos, amantes desatentos,
Sem alento, sentidos únicos da solidão.

Por isso: olha-me nos olhos!!!
E verás pássaros azuis que voam nos céus,
Quando te falo, e que estendo os meus véus,
Cativo sorrisos, e brinco às fadas,

E trago p'ra ti, rosas perfumadas,
Promessas de amor, sonhos de eternidade,
Doces devaneios, rios de beijos,
Que se afundam, em mares de desejos.

Angela 



dimanche 14 juillet 2019

Almeida Garrett - "Suspiro d'Alma / Le soupir de l'âme"



Chegamos à 88ª EDIÇÃO DO POETIZANDO E ENCANTANDO
5ª Imagem- Um lindo casal em momento de carinho abraçados,
do blogue da Prof.ª Lourdes Duarte
"A partir de uma ou mais imagens que indico a cada semana, desenvolve-se a criatividade escrevendo versos, poesias, pensamentos ou prosas poéticas…
É uma brincadeira sem competição, participa-se com o coração e o amor a poesia…"

Le poète que je vous présente aujourd'hui c'est:
Almeida Garrett (1799-1854) est un des plus grands auteurs romantiques portugais; romancier, dramaturge et poète, introducteur du romantisme au Portugal.
Suspiro d'alma - poema de Almeida Garrett

Suspiro que nasce d'alma,
Que à flor dos lábios morreu...
Coração que o não entende
Não no quero para meu.

Falou-te a voz da minha alma,
A tua não na entendeu:
Coração não tens no peito,
Ou é diferente do meu.

Queres que em língua da terra
Se digam coisas do céu?
Coração que tal deseja,
Não no quero para meu.

Almeida Garrett
Almeida Garrett (1799-1854) nascido na cidade do Porto, foi um poeta, prosador e dramaturgo português, teve um importante papel como o iniciador do movimento romântico em Portugal; considerado o autor mais representativo do romantismo em Portugal (Wikipedia).

Soupir de l'âme

Le soupir qui naît de l'âme,
Qui au bord des lèvres se meurt...
Un coeur qui ne l’entend pas
Je ne le veux pas pour moi.

La voix de mon âme t’a parlé,
Le tienne ne l'a pas compris:
Dans ta poitrine tu n’as pas de coeur,
Ou il est différent du mien.

Veux-tu que dans le langage sur terre
Se disent des choses du ciel?
Un cœur qui désire cela,
Je ne le veux pas pour moi.


António Carlos Gomes nasceu em Campinas (Brasil), no dia 11 de julho de 1836. Foi um compositor e o mais importante autor de óperas brasileiro, com carreira de destaque, principalmente na Europa. 
Em estilo de modinha, adaptou o poema de Almeida Garrett e criou esta composição que vemos neste video cantada pela cantora lírica Nadia Zanotello.

Nádia Zanotello Suspiro D'alma - Carlos Gomes
Publié par Nadia Zanotello - Publicado a 14/04/2014
Nadia Zanotello - Soprano
Chiquinho Costa - Piano

A modinha - é um tipo de composição musical de origem portuguesa
Na segunda metade do séc. XVIII desenvolveu-se, inicialmente em Portugal e posteriormente no Brasil, um estilo peculiar de canção camerística, que acabou sendo denominada modinha. A origem dessa designação está ligada à moda, que foi, em todo o séc. XVIII, palavra portuguesa para qualquer tipo de canção camerística a uma ou mais vozes, acompanhada por instrumentos. A moda, em Portugal no séc. XVIII, foi um tipo genérico de canção séria de salão, que incluía cantigas, romances e outras formas poéticas, compostas por músicos de alta posição profissional. As modas foram tão comuns em Portugal no reinado de D. Maria I que popularizou-se o dito de que na corte dessa rainha “era moda cantar a moda” (ENCICLOPÉDIA, v.1, p.494)….
https://escriturasvirreinales.files.wordpress.com/2014/04/lundum-y-modinha.pdf

jeudi 11 juillet 2019

Fernando Pessoa - "Horizonte / L'horizon"

Imagem do blogue da Prof.ª Lourdes Duarte que semanalmente, nos encanta, e nos convida a brincar com a poesia:)

Horizonte   

Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'(Re)Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstrata linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.


Fernando Pessoa

O poema Horizonte encontra-se na segunda parte da Mensagem: o “Mar Português”, onde Pessoa fala da História dos Descobrimentos…

J'ai preparé une traduction du poème de Fernando Pessoa. Fernando Pessoa (1888-1935),  
Emblématique, énigmatique et universel, Fernando Pessoa est un écrivain, critique, poète, majeur de la langue portugaise. Né le 13 juin à Lisbonne, ville où il meurt le 30 novembre 1935.

Voici mon texte de traduction d'amateur:

L'Horizon

Ô mer qui nous as précédés, dans tes peurs
Il y avait des coraux  et des plages et des bosquets.
Dissipés la nuit et le brouillard,
Les tempêtes du passé et le mystère,
Le Loin s'ouvrait comme une fleur, et le sud céleste,

Resplendissait sur les navires de l'initiation.

Ligne sévère de la côte lointaine -
Lorsque le navire s'approche, la pente s'élève
Boisée là où le Loin rien n'avait;
Plus près, la terre se découvre en sons et en couleurs:
Et, en débarquant, il y a des oiseaux, des fleurs,

Où il n'y avait de loin, que l'abstraite ligne.

Rever c'est voir les formes invisibles
De la distance imprécise, et, avec de sensibles
Mouvements d'espoir et de volonté,
Rechercher dans la ligne froide de l'horizon
L'arbre, la plage, la fleur, l'oiseau, la source -
Les baisers mérités de la Vérité