Pausa deste blog

mercredi 14 septembre 2022

Les cantiques de Sainte Marie - As cantigas de Santa Maria



Voici une jolie chanson qui fait partie des Cantiques de Sainte Marie, qui sont des chansons religieuses du XIIIe siècle, écrites en galaïco-portugais.
"Les Cantiques de Sainte Marie sont un ensemble de 427 compositions en galaïco-portugais, qui était au XIIIe siècle la langue principale de la culture lyrique en Castille. Ils ont été parrainés par Alphonse X le Sage, roi de Castille et León de 1252 à 1284..."
https://www.languagesandnumbers.com/articles/fr/Les-Cantiques-de-Sainte-Marie-et-le-galaico-portugais/



Santa Maria, Strela do Dia (Medieval Cantiga) from "O Jerusalem" – APOLLO'S FIRE, Powell, Sorrell
Publié par apollosfirebaroque
Santa Maria, Strela do Dia (Saint Mary, Star of the Day) From the Cantigas de Santa Maria Codex (c. 1250) Arranged by Jeannette Sorrell


As Cantigas de Santa Maria são um conjunto de quatrocentas e vinte e sete composições em galego-português, do século XIII...

Le galaïco-portugais une langue qui était parlée dans l'actuelle Galice et dans le nord du Portugal (a chamada Galécia, província romana), prend son origine dans une évolutions du latin. 

Plus tard, avec la séparation politique du Portugal au sud et de la Galice au nord, le galaïco-portugais devient l'ancêtre du portugais et du galicien qui évoluèrent de manière différente.

O Pacto entre Gomes Pais e Ramiro Pais da Silva (ou simplesmente O Pacto dos irmãos Pais. é o título dado a um documento, escrito maioritariamente em galego-português, que regista um pacto de não agressão e defesa mútua entre dois irmãos nobres. Poderá ter sido escrito em Santa Maria de Arnoso, conservado durante séculos nos fundos documentais da Mitra de Braga, e encontra-se atualmente na Torre do Tombo, em Lisboa. Wikipedia

Voici copié le texte du pacte en galaïco-portugais:


O texto do documento é curto e ocasionalmente de difícil interpretação:

Ego Gomenze Pelaiz facio a tibi irmano meo Ramiru Pelaiz isto plazo ut non intret meo maiordomo inilla villa super vostros homines deslo mormuiral. & de inde antre as casas d’Ousenda Grade & d’Elvira Grade. & inde pora pena longa & de ista parte perilla petra cavada de Sueiro Ramiriz dou vobis isto que sejades meo amico bono. & irmano bono & que adjuderis me contra toto homine fora el rei & suos filios. & si Pelagio Soariz. ou Menendo Pelaiz. ou Velasco Pelaiz. ou Petro Martiniz. Daquele que torto fezer a Don Ramiru. ou a Don Gomeze si quiser caber en dereito & se non ajudarmonos contra illos. Des illo mormoiral ata en frojom non laver {jure} mala Dos ergo illos que abet hodie fora se ganar herdade de gavaleiros ou de engeoida. & in vostra herdade habet tal foro quale dóóspital. & herdade for de penores & ibi morar suo dono dar calupnia & fosadeira & si se for dela abere tal foro quomodo vostros herdades. Se {homenem} entrar enaquela vila que torto tenia a Don Gomeze dar dereito dele si seu for de Don Ramiro {quen} de fora venia. & {quen} isto plazo exierit ad vos Ramiro Pelaiz se erar coregelo & se non {q} volverit peitar quinientos soldos. jsto pleito est taliado de isto maio que venit ad.IJs. anos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Pacto_de_Gomes_Pais_e_Ramiro_Pais

vendredi 9 septembre 2022

Delfina Benigna da Cunha - "SONETO"

 

Femme poétesse, Delfina Benigna da Cunha est née à São José do Norte, Rio Grande do Sul, à l'époque du Brésil colonie portugaise

http://culturaliterariacolonial.blogspot.com/2016/11/poetas-mulheres.html

Devenue aveugle toute petite, à vingt mois, suite aux complications de la variole, Delfina a néanmoins bénéficié d'une solide éducation qui lui a permis de poursuivre des études littéraires et de devenir une poétesse dès l'âge de douze ans.

Portrait de Delfina Benigna da Cunha


Delfine écrit un sonnet sur son malheur de d'être devenue aveugle à l'âge de vingt mois, vingt fois la lune d'argent...


. SONETO (Delfina Benigna da Cunha)


Vinte vezes a lua prateada
Inteira o rosto seu mostrado havia,
Quando um terrível mal, que então sofria,
Me tornou para sempre desgraçada.

De ver o céu e o sol sendo privada,
Cresceu a par comigo a mágoa ímpia;
Desde a infância a mortal melancolia
Se viu em meu semblante debuxada.

Sensível coração deu-me a natura,
E a fortuna, cruel sempre comigo,
Me negou toda a sorte de ventura;

Nem sequer um prazer breve consigo:
Só para terminar minha amargura
Me aguarda o triste, sepulcral jazigo.



Avec ma traduction d'amateur:

Vingt fois la lune d'argent
Intière son visage avait montré,
Quand un mal terrible, dont alors je souffrais,
M'a rendue pour toujours affligeante.

De voir que du ciel et du soleil j'en étais privée,
Une impie affliction en moi a grandi;
Dès l'enfance la mortelle mélancolie
S'est vue sur mon visage esquissée.

Un cœur sensible m'a donné la nature,
Et la fortune, avec moi toujours cruelle,
M'a refusé toute chance de bonheur;

Pas même un bref plaisir je ressens:
Pour mettre fin à ma triste amertume
Seul le lugubre tombeau sepulcral m'attend.


Nascida na Estância do Pontal, em São José do Norte, Delfina era filha de Joaquim Fernandes da Cunha, capitão-mor da guarda portuguesa local, responsável pela guarda do litoral, e Maria Francisca de Paula e Cunha, sendo a oitava de novo filhos.
Aos vinte meses de vida, ela foi completamente privada da visão, devido a uma epidemia de varíola que afligiu a região. Apesar disso, recebeu uma sólida educação, enraizada na cultura clássica e portuguesa, que tornou possível sua formação intelectual.
Aos doze anos, já estaria alfabetizada e escrevendo poemas, como "Colcheia escrita aos doze anos de idade", Wikipedia
Devido à Revolução Farroupilha (1835-1845), exilou-se no Rio de Janeiro; aí faleceu em 13 de abril de 1857.

A Natureza e o Amor  (Delfina Benigna da Cunha)

Combatem minha razão.

Até Júpiter, Senhor
De tudo quanto há criado,
Estreitamente é ligado
À Natureza e Amor.
Se este Deus, que é superior
Vive sujeito à paixão:
Como há de o meu coração
Libertar-se deste mal,
Se Amor com arma fatal
Combate a minha razão?


"Com a morte do pai em 30 de agosto de 1825, Delfina da Cunha perdeu seu amparo financeiro, mas conseguiu obter uma pensão vitalícia de D. Pedro I, em reconhecimento dos serviços militares de seu pai, após escrever um soneto-apelo ao imperador, garantindo, assim, sua sobrevivência..."

São José do Norte onde nasceu a poetisa Delfina Benigna da Cunha 
(imagem da internet)


vendredi 2 septembre 2022

Antero de Quental - Oceano nox

Antero de Quental


La mer a toujours inspiré les poètes. Les thèmes liés à la mer se retrouvent dans les sentiments de nostalgie et de contemplation.
Le poète est sans cesse attiré et fasciné par les flots, les couleurs et les mouvements de l'océan, et à eux il associe ses inquiétudes et ses émotions du moment.

Antero de Quental, poète portugais, est né le 18 de avril 1842, à l'île São Miguel, archipel des Açores.

Oceano Nox | Poema de Antero de Quental com narração de Mundo Dos Poemas
Publié par Mundo Dos Poemas . 16 sept. 2020

"Poesia e poema de autor português. Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 – Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891) foi um escritor e poeta português do século XIX que teve um papel importante no movimento da Geração de 70.
Um dos mais emblemáticos pensadores do século XIX português, Antero de Quental nasceu de uma família fidalga na ilha de S. Miguel, nos Açores. Em Coimbra estudou Direito e aí tornou-se destacada figura de uma notável geração de intelectuais, tendo ombreado, entre outros, com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins. Autor de uma obra muito diversificada, constituiu-se marco incontornável na literatura portuguesa..."


Oceano nox,   poema de Antero de Quental

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente…

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais…



À la fois poètique et romantique, j'ai trouvé que:
"Dans la mythologie romaine, Nox est la déesse de la Nuit, épouse d'Orcus. C'est la forme latinisée de Nyx, déesse grecque personnification de la Nuit."

Le poème, ayant comme toile de fond,  la nuit, la mer, le vent, reflète l'expression des émotions mélancoliques d'Antero de Quental, détresse et inquiétude existentielle, thèmes très chers aux Romantiques.


En rouge, ma traduction d'amateur:

Au bord de la mer, qui élevait gravement
Sa voix tragique et rauque, tandis que le vent
Passait comme un envol de la pensée
Qui cherche et hésite, inquiet et intermittent,

Au bord de la mer je me suis assis tristement,
Tout en regardant le ciel lourd et brumeux,
Et j'ai interrogé, rêveur, cette complainte
Qui sortait des choses, vaguement...

Quel désir anxieux te torture,
Êtres élémentaires, force obscure ?
Autour de quelle idée gravitez-vous ?

Mais dans l'immense extension, où se cache
L'Inconscient immortel,  seul me répond
Un rugissement, une lamentation, et rien de plus…


Praia das Maçãs, do pintor português José Malhoa