Pausa deste blog

mercredi 20 janvier 2021

Antonio Vieira - "Citações / citations"


Antonio Vieira, (1608-1697) né à Lisbonne, était un prêtre jésuite portugais, écrivain, prédicateur de renom, auteur de 200 sermons, et de grand nombre de documents littéraires. Antonio Vieira est considéré l’un des grands noms de la littérature portugaise et un des plus grands orateurs sacrés du XVIIe siècle.

Fernando Pessoa le nomme « Empereur de la langue portugaise »

Source de l’image https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira

Ayant passé la plus grande partie de sa vie au Brésil où son père avait été nommé greffier du Tribunal de Bahia, Vieira suivit de brillantes études au collège jésuite de Salvador de Bahia. Il rentra au noviciat de la Compagnie de Jésus en 1623 et en 1634, il est ordonné prêtre.
Durant toute sa vie professionnelle, Antonio Vieira mènera une grande lutte pour la défence des droits des Indiens, des Juifs et des esclaves, et suivit une carrière de diplomate entre le Brésil, le Portugal et d'autres pays d'Europe.


source de l'image https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_dos_Jesu%C3%ADtas_(Salvador)

O Colégio dos Jesuítas da Bahia foi uma instituição educacional do Brasil Colonial que funcionou em Salvador (Bahia) entre 1553 e 1759, onde estudou o padre António Vieira.

Le Père Antonio Vieira et le cathécisme des Indiens

Je vous invie à lire quelques citations du père António Vieira, (avec ma traduction d'amateur en français)

Os mais felizes reinos não são aqueles que têm as mais bem entendidas cabeças, senão aqueles que têm as mais bem entendidas mãos.

Les royaumes les plus heureux ne sont pas ceux qui ont les têtes les plus astucieuses, mais ceux qui ont les plus astucieuses mains.


O povo, no pouco que tributa, dá tudo quanto tem; e o grande, em tudo o que dá, dá muito menos que deve, porque dá o que lhe sobra, e o pequeno dá o de que necessita.

Le peuple, du peu qu'il paie, donne tout ce qu'il a; et le riche, dans tout ce qu'il donne, donne beaucoup moins qu'il ne devrait, parce qu'il donne ce qui lui reste, et le pauvre donne ce dont il a besoin.

O fim para que os homens inventaram os livros foi para conservar a memória das coisas passadas contra a tirania do tempo e contra o esquecimento dos homens, que ainda é maior tirania.

Le but pour lequel les hommes ont inventé les livres était de sauvegarder la mémoire des choses du passé contre la tyrannie du temps et de l'oubli des hommes, ce qui est une tyrannie encore plus grande.




"António Vieira (1608-1697) foi um dos maiores pensadores portugueses de todos os tempos. Homem de grande visão e sabedoria, desde cedo se evidenciou nos seus sermões pela clareza e eloquência do seu discurso..."
"Deixou uma vasta obra escrita. Além dos 200 sermões que escreveu, tem um espólio de mais de 750 cartas e muitos outros tipos de documentos…"

O padre António Vieira nasceu em Lisboa em 1608. O pai foi para o Brasil para exercer o cargo de escrivão da Relação em Salvador da Bahia, quando Vieira tinha um ano. Aos 7 anos, viajou com a mãe para se juntar ao pai no Brasil, e aos 15 anos, ingressou no colégio dos Jesuítas de Salvador, passando a estudar além de teologia, lógica, física, metafísica, matemática e economia.
Lecionou humanidades retórica em Olinda (cidade do Brasil colónia) e em 1635 foi ordenado sacerdote na Bahia.

Em 1641, com 33 anos, Vieira veio a Portugal integrado numa missão de apoio ao rei D. João IV, iniciando uma carreira diplomática...
António Vieira foi uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu incansavelmente os direitos dos povos indígenas . Também defendeu os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (aqueles cujas famílias eram católicas há gerações), e a abolição da escravatura.

mardi 12 janvier 2021

A Esperança


que ilustrou  o tema

Partilhando sentimentos e abraços, mesmo sendo virtuais, estamos nós a responder à proposta da querida Roselia Bezerra, que nos convida a escrever sobre o "Esperançar no Ano Novo"
https://www.poesia-espiritual.com.br/2020/12/esperancar-no-ano-novo.html

https://www.poesia-espiritual.com.br/2020/12/esperancar-no-ano-novo.html

É com muito gosto que deixo a minha singela participação, com carinho e amizade:


A Esperança 

Serena sobe a lua por cima dos montes
O céu toma a sua cor de azul profundo
No resguardo da noite murmuram as fontes
Estrelas e sonhos silenciam o mundo

Raia o canto de sereias no planeta terra 
Velas de navios imploram o vento
Tudo aclara na vida que a luz encerra 
Asas de aurora e saudoso fomento

Campos verdejantes na roda do tempo
No oceano sucedem-se as marés
O amor espalha sementes onde germinarão as flores

A cada ano que passa renasce a Esperança
O coração bate primeiro
Somos um elo na misteriosa e divina dança

Angela 


Os Verdes Anos (1963) 
trailer, filme português, do realizador Paulo Rocha, esperança da vida:
Os Verdes Anos - Trailer 
Publicado por Cinéfilos.tv . 10 mai 2015

mardi 5 janvier 2021

Pedro Escobar - "O vilancete - le villancico"

 

Un villancico est une composition poétique et musicale du Moyen Âge et de la Renaissance ibérique, que l'on retrouve dans les littératures espagnole (villancico) et portugaise (vilancete).

Pedro Escobar (1465-1535) né à Porto, nord du Portugal, fut un grand compositeur de ce genre de poésie alliée à la musique.
Il a composé ses oeuvres aussi bien au Portugal, mais surtout en Espagne où il est entré au service d'Isabelle de Castille en 1489. 


Significado de vilancete:  antiga composição poética de caráter campesino, constituída por um terceto (dito mote) glosado em duas ou mais oitavas (ditas voltas), cujo verso final repete integral ou parcialmente um dos versos do terceto, 

e ainda

Vilancete, vilancico ou vilhancico era uma forma poética comum na Península Ibérica, na época da Renascença. Os vilancetes podiam também ser adaptados para música: muitos compositores ibéricos dos séculos XV e XVI, como Juan del Encina ou o português Pedro de Escobar compuseram vilancetes musicais.

Pedro de Escobar (c. 1465 – depois de 1535), também chamado Pedro do Porto, foi um compositor Português da Renascença. 
Foi o primeiro grande compositor da música portuguesa, cuja obra chegou até nós, para além de um dos primeiros e mais hábeis compositores de polifonia na Península Ibérica cujas obras sobreviveram. 
Nasceu no Porto, Portugal, e entrou ao serviço de Isabel de Castela em 1489. Foi cantor na capela real durante 10 anos, trabalhando também como compositor. Em 1499, Escobar voltou à sua pátria, mas em 1507 recebeu uma oferta de emprego, que aceitou, como maestro de capilla na catedral de Sevilha. 
Em Sevilha era ele o professor dos coristas. Em 1521 trabalhou em Portugal, como mestre da capela para o Infante-Cardeal Dom Afonso.

PÁSSAME, POR DIOS, BARQUERO 
compositeur - Pedro de Escobar 
Publié par Belarmo • 14 août 2011 
PÁSSAME, POR DIOS, BARQUERO - Pedro de Escobar (c.1465 - d.1535). 
[Villancico. "Cancionero de Elvas" (CME 57), 95v-96r. (S. XVI) - "Cancionero de Palacio" (CMP 337) S. XV/XVI]. Intérpretes: Ensemble CIRCA 1500 - Directora: Nancy Hadden. - Gérard Lesne: Contratenor.

Pour accompagner le poème qui est chanté (la version en espagnol):


Passame por Dios barquero
Daquella parte del rio
Duélete del dolor mio

Que si pones dilación
En venir a socorrerme
No podrás despues valerme
Según crece mi passión

No quieras mi perdición
Pues en tu bondad confio
Duélete del dolor mio


Que d'esa parte se falla
descanso de mis tormentos
y en aquesta la batalla
de mis tristes perdimientos.
¡Oh ventura! Trae los vientos
homildes, mansos, sin brío,
duélete del amor mío. 

(Pedro Escobar)


Traverse-moi par Dieu passeur
De ce côté de la rivière
De ma douleur prend pitié

Et si tu y mets du retard
Pour me venir en aide
Tu ne pourras plus me secourir 
Quand ma passion viendra a grandir 

Ne souhaite pas ma perte
Car je confie en ta bonté
De ma douleur prend pitié 

Si de ce côté échoue
le répit de mes tourments
et de l'autre la bataille
de mes tristes égarements.
Oh bonne fortune! Apporte les vents
humbles, doux, sans faculté,
De mon amour prend pitié.



Passa-me por Deus, barqueiro
Àquela parte do rio
Condói-te da minha dor

Que se te atrasas
em vir a socorrer-me
não poderás depois valer-me
à medida que a minha paixão cresce

Não queiras a minha perdição
Pois na tua bondade confio
Condói-te da minha dor

O que dessa parte se falha
descanso dos meus tormentos
e naquela batalha
dos meus tristes perdimentos.
Oh, boa sorte! Traz os ventos
humildes, mansos, sem primor,
condói-te do meu amor.