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dimanche 25 mars 2018

Sophia de Mello Breyner - "MEDITAÇÃO DO DUQUE DE GÂNDIA / Meditation du duc de Gandia"




Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 - 2004)
écrivain et poétesse portugaise



Le poème "Meditação do Duque de Gândia" aura été inspiré par un épisode de la mort de l'Impératrice Isabel du Portugal, femme de Charles Quint, le puissant empereur du Saint empire romain.

En 1526, Isabelle de Portugal, considérée comme l'une des plus belles femmes de son époque, part en Castille à la rencontre de Charles Quint, roi d'Hispanie et empereur du Saint empire romain germanique. A ses côtés, elle sera la femme la plus puissante de la chrétienté 
https://www.babelio.com/livres/Gonzaga-Isabelle-de-Portugal-LImperatrice--Le-pouvoir-au/757108



L'impératrice Isabel, née à Lisbonne en 1503, était fille de Manuel Ier, roi du Portugal, de son surnom "le Fortuné", car durant son règne, les caravelles portugaises navigaient sur toutes les mers du monde.
En 1539, la jeune femme meurt en à Tolède à la suite de l'accouchement de son sixième enfant. L'empereur fut en proie à un très grand chagrin et ne remaria plus jamais, ni ne quitta le deuil. Selon ses ordres, le corps de l'impératrice fut transporté de Tolède vers sa dernière demeure à Grenade. Le Duc de Gandia fut un des grands seigneurs qui avait été désigné pour accompagner le cortège funèbre et à qui il fut demandé de témoigner qu'il s'agissait bien du corps d'Isabel du Portugal qui allait être enseveli. L'émotion du Duc qui selon certains nourrissait admiration et un amour platonique pour l'empératrice, a été pris d'une forte émotion devant le visage en décompostion de cette femme, jadis si belle. Devenant veuf, il rentra plus tard chez les jésuites, et aurait declaré:
«No serviré nunca más a señor alguno que pueda morir».

et il bientôt il allait dédier sa vie à Dieu, qu'il considérait immortel



Voici ma traduction pour aider à la comprehension du texte en portugais:


Plus jamais
Ton visage ne sera pur, clair et vivant
Ni ta démarche comme une vague furtive
Nous ne pourrons plus sur les pas du temps tisser.
Et jamais plus, au temps, je ne donnerai ma vie.

Je ne servirai plus jamais un seigneur qui pourra mourir.

La lumière de l'après-midi me montre les débris
De ton corps. Bientôt la pourriture
boira tes yeux et tes os.
Prenant ta main dans sa main.

Je n'aimerai plus jamais quelqu'un qui ne pourra vivre
pour toujours,
Parce que je les aimais comme s'ils étaient éternels
La gloire, la lumière et la luminosité de ton être,
Je t'aimais dans la vérité et la transparence
Et je n'ai plus même pas ton absence,
Tu es un visage de dégoût et de négation
Et je ferme les yeux pour ne pas te voir.

Je ne servirai plus jamais un seigneur qui pourra mourir.



L'émotion du Duc a aussi inspiré les peintres qui ont representé ce moment dramatique qui a suivi la mort d'Isabel
La obra representa la conversión de San Francisco de Borja (1510-1572), marqués de Lombay y luego IV duque de Gandía, tras contemplar el cadáver putrefacto de la emperatriz Isabel de Portuga




http://journals.openedition.org/apparences/1315
«  Su hermosura y gala llevó los ojos de la ciudad » («  Sa beauté et sa parure ont pris les yeux de la ville1 »). Telle fut l’impression causée par Isabelle d’Avis (1503-1539), fille aînée du roi portugais Manuel Ier (1469-1521), dit le Fortuné, plus connue sous le nom d’Isabelle de Portugal, lorsqu’elle fit son entrée à Grenade, le 4 juin 1526, trois mois après son arrivée à Séville pour épouser Charles Quint (1500-1558).

Les portraits de l'impératrice Isabel du Portugal


MEDITAÇÃO DO DUQUE DE GANDIA SOBRE A MORTE DE ISABEL DE PORTUGAL
Nunca mais
A tua face será pura, limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei Senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos

Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre.
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei Senhor que possa morrer.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Publié par RTP
"Um Poema por Semana" é uma ideia de Paula Moura
Poema MEDITAÇÃO DO DUQUE DE GANDIA SOBRE A MORTE DE ISABEL DE PORTUGAL de Sophia de Mello Breyner Andresen

6 commentaires:

  1. Confesso que gostava mais da poetisa Sophia até saber algumas coisas bem desagradáveis da pessoa Sophia.
    Aquele abraço, boa semana

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  2. Não conhecia este poema e ele reforça o meu conceito
    sobre a genialidade da Poeta.
    Grata por compartilhar, A.
    Beijo
    ~~~

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  3. Querida Angela, parabéns por esta maravilhosa postagem.Uma grande poeta você homenageia.

    Amiga, fiquei encantada mais uma vez com sua linda poesia, inspirada na imagem do formato de um corpo coberto de gramas.

    É tempo de renascimento, diz o vento!
    O inconfundível sopro desvenda formas redondas
    que o manto de folhas cobria e protegia
    durante o sono profundo e fecundo da natureza mãe.

    Repete-se o estremecer da folhagem animada pela brisa.
    Despertam mentes adormecidas e sonhos de afetos,
    alegra-se a poesia que cochilava ao relento,
    é o tocar da alvorada et a força do alento.

    Em breve germinarão as sementes e a mulher flor,
    que dos duendes e das ninfas escolheu a ramagem
    num complexo e entrelaçado entender de linguagem!

    Com doces contornos afagados pela aragem,
    do paraíso expulsa com dor,
    mãe, e admirável arte do Criador !

    Angela

    Uma bela inspiração, grande poetisa! obrigada por mais uma vez participar da BC, seja sempre bem vinda!Obrigada pelo apoio e desejos de boa recuperação para meu cunhado, falo para a mana Genilda. Abraços

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  4. Gosto muito deste poema que sei de cor
    Abraço

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  5. Amiga, amanhã sexta feira Santa, de acordo com minha fé cristã, é celebrada a Paixão de Cristo.
    Neste dia, Sexta-feira Santa, que os antigos chamavam de “Sexta-feira Maior”, quando celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento, com muito respeito.
    Mesmo sabendo e acreditando que Ele vive, fazemos nesse dia orações e jejum e o jejum ao meu ver não é só comidas ou carne. Também compete a nós cristão buscar outras formas de Jejum, por isso nas horas vagas buscarei está mais contrita com Deus, com minha família e amigos que me visitam.
    Por este motivo, vim com o convite do Poetizando que postarei amanhã a noite, depois das oito horas quando retornar das cerimônias da igreja.
    Indicarei várias fotos, para que a possibilidade criativa poética de cada um seja direcionada no comando do seu coração.
    Respeito a crença de cada um, mas Deus é único e sem Ele não somos nada! Que Jesus esteja no coração de cada um, transbordando amor, paz e felicidade, nesta Sexta-feira Santa e sempre!

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