Pausa deste blog

samedi 6 juin 2020

Jacinta Passos (1914-1973) - "Cantigas das mães/chansons des mamans"

Jacinta Passos (image du net)
"... Jacinta Passos, écrivain et poète brésilienne, est devenue l'une des journalistes les plus actives de Bahia dans les années 40, écrivant sur les sujets qui l'intéressaient le plus, pour lesquels elle s'est battue: la politique, les transformations sociales et la position des femmes dans la société...

Elle a également collaboré avec des journaux et des magazines à Rio de Janeiro et à São Paulo. Membre du Parti communiste brésilien de 1945 jusqu'à sa mort en 1973, elle a consacré une grande partie de sa vie à la lutte clandestine et quotidienne pour un Brésil moins injuste.." (info du net)


"...Jacinta Passos, escritora e poetisa brasileira, tornou-se uma das mais ativas jornalistas da Bahia na década de 40, escrevendo sobre os assuntos que mais a interessavam, pelos quais lutava: política, transformações sociais e posição da mulher na sociedade. Colaborou também com jornais e revistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Militante do Partido Comunista Brasileiro de 1945 até a morte, em 1973, dedicou grande parte da vida ao trabalho penoso, clandestino e cotidiano de luta por um Brasil menos injusto" (informação da internet)

Cantigas das mães
(para minha mãe)

Fruto quando amadurece
cai das árvores no chão,
e filho depois que cresce
não é mais da gente, não.
Eu tive cinco filhinhos
e hoje sozinha estou.
Não foi a morte, não foi,
oi!
foi a vida que roubou.

Tão lindos, tão pequeninos,
como cresceram depressa,
antes ficassem meninos
os filhos do sangue meu,
que meu ventre concebeu,
que meu leite alimentou.
Não foi a morte, não foi,
oi!
foi a vida que roubou.

Muitas vidas a mãe vive.
Os cinco filhos que tive
por cinco multiplicaram
minha dor, minha alegria.
Viver de novo eu queria
pois já hoje mãe não sou.
Não foi a morte, não foi,
oi!
foi a vida que roubou.

Foram viver seus destinos,
sempre, sempre foi assim.
Filhos juntinhos de mim,
Berço, riso, coisas puras,
briga, estudos, travessuras,
tudo isso já passou.
Não foi a morte, não foi,
oi!
foi a vida que roubou.

Jacinta Passos em "Nossos poemas" - 1942
"...Jacintha Velloso Passos nasceu na fazenda Campo Limpo, município de Cruz das Almas, Recôncavo da Bahia, (Brasil), em 30 de novembro de 1914. Pertencia a família tradicional do lugar. Seu bisavô paterno, Manoel Caetano de Oliveira Passos, conhecido como "o velho", português de aspeto sisudo, no século XIX fora um dos fundadores do arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Cruz das Almas. Themístocles da Rocha Passos, depois de firmar-se na política local, tornou-se figura proeminente na Bahia, durante a monarquia e início da república. O pai de Jacinta, Manoel Caetano da Rocha Passos, nasceu em 1884, portanto ainda durante o império e a vigência da escravidão..." (informação da internet)

Voici ma traduction d'amateur

Chansons des mamans
(pour ma mère)



Le fruit à maturité
tombe des arbres sur le sol,

et le fils après avoir grandi

ne nous appartient pas, non plus.
J'ai eu cinq enfants petits
Et aujourd'hui seule je suis.
Ce n'est pas la mort, mais non,
oh!
c'est la vie qui me les a volés.

Si mignons, si petits,
comme ils ont vite grandi,
mieux aurait été qu'ils restent  bébés
les enfants de mon sang,
que mon ventre a conçus,
que mon lait a nourris.
Ce n'est pas la mort, mais non,
oh!
c'est la vie qui me les a volés.

Une mère vit de nombreuses vies.
Les cinq enfants que j'ai eus
ont par cinq multiplié
mes douleurs, mes joies.
Je voudrais revivre ma vie
car aujourd'hui mère je ne suis.
Ce n'est pas la mort, mais non,
oh!
c'est la vie qui me les a volés.

Ils sont partis vivre leur destin,
cela a toujous été ainsi.
Mes enfants contre moi serrés,
Berceau, rires, choses pures,
disputes, études, pitreries,
tout cela est déjà du passé.
Ce n'est pas la mort, mais non,
oh!
c'est la vie qui me les a volés.


J'avais souhaité publier le poème le 1er juin, date dediée à la Journée Internationale de l'Enfant, mais simplement, j'ai pris du retard!


15 commentaires:

  1. Fantástica publicação e imagens, naturalmente!
    -

    Beijos.
    Bom fim de semana!:)

    RépondreSupprimer
  2. Um belo poema de uma poetisa que não conhecia.
    grata pela partilha.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

    RépondreSupprimer
  3. Olá, Ângela
    Gostei imenso deste poema. Não conhecia o poema nem a autora, mas fiquei com vontade de saber mais...
    Vou investigar.

    Votos de um Domingo feliz
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS


    RépondreSupprimer
  4. Pelos poemas expostos é fácil reconhecer que Jacinta Passos foi uma escritora/poetisa de eleição.
    Poemas lindíssimos sem dúvida. Elogiável publicação.
    .
    Votos de um domingo feliz
    Cumprimentos poéticos

    RépondreSupprimer
  5. Não conhecia, confesso.
    Boa semana

    RépondreSupprimer
  6. Obrigado por dar a conhecer e gosto muito!!!
    Boa semana!

    RépondreSupprimer
  7. Foi bom ler este poema de Jacinta Passos que não conheço. Obrigada pela partilha.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

    RépondreSupprimer
  8. Uma poesia excelente e plena em sentimentos!
    Abraços fraternos!

    RépondreSupprimer
  9. Jacinta Passos surgiu dos versos
    e em versos se tornou. Bonito falar
    dos filhos pequenos ou não, mas sempre
    crianças aos nossos olhos.
    Obrigado, Ângela querida pelos versos
    bonitos que me tocaram.
    Beijos com máscara.

    RépondreSupprimer
  10. Independente de sua luta o país continua
    injusto e quanto ao comunismo, que na
    concepção da palavra deveria ser igualdade
    para todos não foi além das pernas. Entre
    as coisas boas que deixou ficou a sua
    poesia Jacintha. Ficou onde vc as deixou,
    inclusive em nossas lembranças.
    Beijos, Ângela e boa noite.

    RépondreSupprimer

  11. Gracias por apotacion en el blog
    me alegra que pases a visitarme
    cuidate mucho
    Besos

    RépondreSupprimer
  12. Que belo achado na sua pagina Angela.
    Não tinha ouvido falar desta grande mulher aqui na Bahia, deve ser por ter sido da linha comunista. Que poesia sentida esta da mãe e os filhos numa realidade de muitas mães.
    Vou pesquisar sobre ela, gostei de saber de mais esta grande mulher por aqui, onde teve Ana Neri.
    Grato Angela por nos apresentar esta beleza.
    Meu abraço com carinho.

    RépondreSupprimer
  13. Bom dia de nova semana, querida amiga Ângela!
    Que fotos bonitas! Dos frutinhos e da flor do mandacaru que adoro.
    "Eu tive cinco filhinhos
    e hoje sozinha estou.
    Não foi a morte, não foi,
    oi!
    foi a vida que roubou."
    Um poema de emocionar...
    Não conhecia a escritora, muito obrigada por partilhar.
    Tenha dias abençoados, amiga!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem



    RépondreSupprimer
  14. Angela!
    Como sempre postagens inspiradas.
    cheirinhos
    Rudy

    RépondreSupprimer
  15. Olá ! bom dia. Meu nome é Maria, estou começando um Blog agora, adorei o seu Blog, e estou te seguindo, venha me visitar !!!
    https://epossivelsonhar46.blogspot.com/

    RépondreSupprimer

Merci de tout coeur pour vos visites et commentaires!