Pausa deste blog

lundi 29 avril 2019

Zeca Afonso - "Balada de Outono / Ballade d'automne"



Feliz dia a todos e a todas! Aqui estou, respondendo ao convite, e poetizando Abril com a Prof.ª Lourdes Duarte.

Je vous invite aujourd'hui à écouter deux poèmes chantés par l'artiste engagé José Afonso (Zeca Afonso), qui, déjà avant la révolution de 1974, chantait la vie de ceux qui étaient avides de liberté dans le Portugal opprimé par le régime de la dictature.


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (ZECA AFONSO) 
Aveiro, 2 de agosto de 1929 — Setúbal, 23 de fevereiro de 1987)
foi um poeta, cantor e compositor português, empenhado na luta pela liberdade e pela democracia.
José Afonso - José Afonso - Balada de Outono (ao vivo no Coliseu) 
Publié par José Eduardo Madeira Celeiro Diniz Rebelo Publicado a 14/06/2008  
O último concerto de Zeca Afonso em 29 de Janeiro de 1983, no Coliseu "Balada de Outono"

Balada de Outono / Ballade d'automne

Águas passadas do rio,           Eaux écoulées de la rivière
Meu sono vazio                      Que sommeil rêve vide
Não vão acordar;                   Ne vont pas réveiller;
Águas das fontes calai            Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar.    
Car je ne chanterai plus.

Rios que vão dar ao mar        Rivières qui allez à la mer
Deixem meus olhos secar       Laissez mes yeux sécher
Águas das fontes calai            Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar.    
Car je ne chanterai plus.

Águas das fontes calai            Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez

Que eu não volto a cantar      Car je ne chanterai plus.


Águas das fontes calai            Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar       Car je ne chanterai plus.

Águas do rio correndo            Eaux de la rivières qui coulez
Poentes morrendo                 Soleils couchants qui mourez 
Pràs bandas do mar;              Du côté de la mer;
Águas das fontes calai            Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar.    
Car je ne chanterai plus.

Rios que vão dar ao mar        Rivières qui rejoignez la mer
Deixem meus olhos secar       Laissez mes yeux sécher
Águas das fontes calai           Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar.    
Car je ne chanterai plus.

Águas das fontes calai           Eaux des fontaines taisez-vous
Ó ribeiras chorai                    Oh rivières pleurez
Que eu não volto a cantar      Car je ne chanterai plus.

Zeca Afonso, 1960.
Zeca Afonso-
Os Bravos (musica da liberdade)
publié par João Correia -  Publicado a 21/07/2008 

A imagem escolhida para a 79ª edição do Poetizando e Encantando a 1ª Imagem - Uma linda jovem com olhar saudoso aprecia os campos floridos.
https://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com/2019/04/79-edicao-do-poetizando-e-encantando.html

25-04-1974
Abril vermelho

Eram cravos, meu senhor,
Cravos de Abril em flor!
Eram dias de grandes festejos,
Amor do povo, abraços, beijos,
Que se seguiram à revolução!

A esperança terna se cobria
De contos e mitos da verdade.
Como ave a democracia,
Abriu asas brancas e leves,
Em etéreo esplendor e bondade.

E era forte e imensa a alegria
Que cantava as canções de Abril,
Que desfilava pelas ruas,
De rosto aberto, de punho erguido,
Vestida de louca vaidade!


O esperançoso perfume de Abril,
Também se encontra em botão,
No interior de uma rosa,
Pintada com cores da paixão!



Abril vermelho encantou,
E abriu o meu coração,
Deixou entrar a liberdade,
E o sonho, de que todos teriam pão.


Angela

(image du net)


mardi 23 avril 2019

Dimanche de Paques / Domingo de Pascoa


Participando na 78a Edição do Poetizando e Encantando da nossa querida Prof.ª Lourdes!  

Com a 4ª Imagem- Um jovem de braços abertos em um vasto campo de trigais, como se estivesse agradecendo a Deus. Les traditions du dimanche de Pâques au Portugal sont nombreuses, voici les images d'une procession qui se déroule chaque année sur le fleuve Homem, au Minho (nord du Portugal)
Páscoa em Procissão anual da Páscoa em Fiscal rio Homem - Minho
Publié par José Cardoso - 21/04/2014 

Domingo de Páscoa

Era dia de Páscoa,
e no cortejo onde tanta gente ia,
cantavam-se louvores,
trocavam-se votos e abraços,
espalhavam-se, muitas flores.

Nos passeios, pelas ruas,
a fé e a alegria marcavam o novo dia,
ouvindo o ritmo dos Compassos,
esquecendo o luto e a dor,
do Nosso Senhor dos Passos.

De Cristo se anunciava a ressurreição.
Campainhas tocavam, era a procissão.
Das ruas enfeitadas, bela era a visão,
dos tapetes floridos,
que tapavam o chão!

O ar inteiro se perfumava
com aromas de rosmaninho.
Os cânticos dos fiéis entoavam,
as cruzes adornadas repousavam,
em brancos panos de linho.

Era Domingo de Páscoa:
"Aleluia"! Não foi por magia,
e muito menos por sorte,
mas foi com o amor
que Jesus venceu a morte!

Angela


O Compasso Pascal é uma tradição cristã que consiste na visita casa a casa de uma paróquia (daqueles que a queiram receber) do Crucifixo de Cristo no dia de Páscoa para celebrar a sua Ressurreição.
La visite Pascale : une tradition qui se perpétue dans le nord du Portugal. Le "Compasso", un groupe de personnes vêtues d'habits traditionnels, accompagnées d'un prêtre, vont de porte en porte présenter la croix aux habitants du village ou du quartier qui le souhaitent, et où ils rendent hommage au Christ ressuscité.
La procession du dimanche de Pâques, à São Brás de Alportel en Algarve, se passe ainsi:
Reportagem |
Reportagem FESTA DAS TOCHAS FLORIDAS 2018
Publié par Município de São Brás de Alportel - Algarve, Publicado a 09/04/2018 
São Brás de Alportel viveu mais um Domingo de Páscoa intensamente com a Festa das Tochas Floridas, que atraiu ao coração do Algarve milhares de visitantes, entre turistas nacionais e estrangeiros. 

samedi 13 avril 2019

Fernando Pessoa - "Quando vier a Primavera / lorsque viendra le printemps"


Fernando Pessoa est un écrivain, critique, poète, majeur de la langue portugaise. Né le 13 juin à Lisbonne, ville où il meurt le 30 novembre 1935.
Une partie de son enfance a été vécue à Durgan, en Afrique du Sud, où son beau-père était diplomate portugais.




Fernando Pessoa a crée une oeuvre poétique sous une multitude de pseudonymes qu’il appelait ses  <<hétéronymes » (ses doubles) et chacun correspondait à une personnalité différente. En plus de son propre nom, il y a eu :
· Alberto Caeiro, qui incarne la nature et la sagesse païenne;
· Ricardo Reis, l'épicurisme à la manière d'Horace;
· Alvaro de Campos, le « modernisme » et la désillusion;
· Bernardo Soares, modeste employé de bureau à la vie insignifiante s'il n'était l'auteur du Livre de l'intranquillité
· et alii (au moins soixante-douze en incluant les simples pseudonymes et semi-hétéronymes). Wikipedia
Voici un poème publié sous le nom du pseudonyme Alberto Caeiro

Quando vier a Primavera 

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;

E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

7-11-1915- “Poemas Inconjuntos”. 
In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa
[Quando vier 
Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro - Pedro Lamares
Publié par : RTP - Publicado a 17/06/2011
"Um Poema por Semana" é uma ideia de Paula Moura Pinheiro. São 15 poemas em 75 dias, ditos por 75 pessoas. www.rtp.pt/umpoemaporsemana; www.facebook.com/rtpdois; Poema [Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro 
L'acteur Pedro Lamares, a été invité pour réciter le poème de Fernando Pessoa, publication de la TV portugaise.
Et voici ma traduction d'amateur :
Lorsque viendra le printemps,
si je suis déjà mort,
les fleurs s'épanouiront de la même manière
et les arbres ne seront pas moins verts qu'au printemps dernier.
La réalité n'a pas besoin de moi.

Je ressents une joie immense
à la pensée que ma mort n'a aucune importance.

Si je savais que demain je mourrais
et que le printemps serait pour après-demain,
je mourrais content, car il serait pour après-demain.
Si c'est là son temps, quand viendra-t-il sinon en son temps ?

J'aime que tout soit réel et que tout soit précis ;

Et j'aime qu'il en soit ainsi, même si je ne l'aimerais pas.
C'est pourquoi, si je meurs maintenant, je meurs content,
parce que tout est réel et que tout est précis.

Vous pouvez prier en latin sur mon cercueil, si vous le désirez.
Si vous le désierz, vous pouvez danser et chanter tout autour.
Je n'ai pas de préférences pour quand je ne pourrais plus avoir de préférences.

Ce qui sera, quand cela sera, c'est cela qui sera ce qui est."
Olá Profª Lourdes, chegando à
77ª EDIÇÃO DO POETIZANDO E ENCANTANDO
"É uma brincadeira sem competição, participa-se com o coração e o amor a poesia".
Copiando do seu blogue a 5ª Imagem- uma linda jovem ler sentada debaixo de uma árvore.
Leitura de Primavera

Quando acordo de manhã
e que vejo brilhar a luz do dia,
sinto vontade de amar
a terra, o ar que respiro, a beleza dos campos,
a leveza dos sons,
o brilho turquesa da maresia!

Porque a Primavera chegou
e espalha aromas de rosas, de jasmim,
de flores de laranjeiras
e de alecrim;
tão perfumadas e belas são as flores.

Em beirais antigos e acolhedores,
procuram abrigo
andorinhas de voos agitados e graves;
é tempo de construir os seus ninhos,
tanto se empenham as primorosas aves!

Também procuro o meu refúgio num canto do jardim
e nas páginas de um livro,
deliciando-me com a força das palavras
que primeiro se atropelam,
em citações sábias e amenas.
Depois se modelam,
em guirlandas de rimas, calmas e serenas!

E se leio,
dou graças ao Senhor e também canto,
no silêncio feliz, para longe de mim
afasto o pranto!

Angela 


Minhas fotos de flores de primavera.