Chers ami(e)s
je participe à au blog de Lourdes Duarte, le POETIZANDO E ENCANTANDO, où chaque semaine, elle nous invite à écrire un texte poétique, ou un poème, sur le sujet d'une image que l'on choisit parmi celles qu'elle nous propose.
je participe à au blog de Lourdes Duarte, le POETIZANDO E ENCANTANDO, où chaque semaine, elle nous invite à écrire un texte poétique, ou un poème, sur le sujet d'une image que l'on choisit parmi celles qu'elle nous propose.
image du net
Sur le sujet des "adieux", je vous propose de vous faire connaitre le poète portugais Eugénio de Andrade et son poème ADEUS, dont je fais une traduction d'amateur.
Nous avons déjà épuisé les mots par les rues, mon amour,
et ce qui nous reste n'est pas suffisant
pour conjurer le froid de quatre murs.
Nous avons tout épuisé sauf le silence.
Nous avons usé nos yeux avec le sel des larmes,
nous avons usé nos mains de tant les resserrer,
Nous avons usé l'horloge et les pierres des coins de rue
dans une attente inutile.
Je mets mes mains dans mes poches
et je ne trouve rien.
Autrefois, nous avions tellement à nous donner!
C'était comme si tout était à moi:
plus je te donnais, plus j’en avais à te donner.
Parfois tu disais: tes yeux sont des poissons verts!
et je te croyais
Je te croyais,
parce qu'à tes côtés
tout était possible.
Mais c'était à l'époque des secrets,
à l'époque où ton corps était un aquarium,
à l’époque où mes yeux
étaient des poissons verts.
Aujourd'hui, ce ne sont que mes yeux.
C'est peu, mais c'est vrai,
des yeux comme tous les autres.
Nous avons déjà épuisé les mots.
Quand maintenant je dis: mon amour ...,
rien ne se passe déjà plus.
Et pourtant, avant que les mots ne soient épuisés,
J’en suis sur
que toutes les choses frissonaient
rien que de murmurer ton nom
dans le silence de mon coeur.
Nous n'avons plus rien à donner.
À l'intérieur de toi
il n'y a rien qui me demande de l'eau.
Le passé est inutile comme un chiffon.
Et je t’ai déjà dit: les mots sont épuisés.
Adieu.
et ce qui nous reste n'est pas suffisant
pour conjurer le froid de quatre murs.
Nous avons tout épuisé sauf le silence.
Nous avons usé nos yeux avec le sel des larmes,
nous avons usé nos mains de tant les resserrer,
Nous avons usé l'horloge et les pierres des coins de rue
dans une attente inutile.
Je mets mes mains dans mes poches
et je ne trouve rien.
Autrefois, nous avions tellement à nous donner!
C'était comme si tout était à moi:
plus je te donnais, plus j’en avais à te donner.
Parfois tu disais: tes yeux sont des poissons verts!
et je te croyais
Je te croyais,
parce qu'à tes côtés
tout était possible.
Mais c'était à l'époque des secrets,
à l'époque où ton corps était un aquarium,
à l’époque où mes yeux
étaient des poissons verts.
Aujourd'hui, ce ne sont que mes yeux.
C'est peu, mais c'est vrai,
des yeux comme tous les autres.
Nous avons déjà épuisé les mots.
Quand maintenant je dis: mon amour ...,
rien ne se passe déjà plus.
Et pourtant, avant que les mots ne soient épuisés,
J’en suis sur
que toutes les choses frissonaient
rien que de murmurer ton nom
dans le silence de mon coeur.
Nous n'avons plus rien à donner.
À l'intérieur de toi
il n'y a rien qui me demande de l'eau.
Le passé est inutile comme un chiffon.
Et je t’ai déjà dit: les mots sont épuisés.
Adieu.
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
O poeta Eugénio de Andrade nasceu na freguesia de Póva de Atalaia (Fundão) no dia 19 de Janeiro de 1923. Mudou-se para Lisboa aos dez anos devido à separação dos seus pais. Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministèrio da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, onde viveu até à sua morte en 2005.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugénio_de_Andrade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugénio_de_Andrade
Amanda Amanda Mirasci | Adeus | Eugenio de Andrade
Publié par Toda Poesia
Publicado a 20/05/2015 Amanda Mirasci apresenta "Adeus", poema de Eugenio de Andrade.
A partir de uma ou mais imagens que a Profª Lurdes indica a cada semana, desenvolve-se a criatividade escrevendo versos, poesias, pensamentos ou mensagens.
É uma brincadeira sem competição, participa-se com o coração e o amor à poesia.
É uma brincadeira sem competição, participa-se com o coração e o amor à poesia.
5ª Imagem -Uma jovem com malas nas mãos, caminha numa estrada no meio do mato enquanto se distancia de um jovem que a observa, como em uma despedida.
Utopia
Deitávamo-nos com sonhos dourados
Como quem tem a pele perfumada
Com as notas frescas de maracujá,
Ou com a fragrância floral que convirá!
E o abraço durou por muito tempo
A felicidade, sobrevoando os jardins,
Percorria espaços como páginas de livros
Aconchegando-se em veludos e cetins.
E a nossa vida era um filme de imagens
Abençoada pelas estrelas, de paz e alegria,
De portas abertas, luzes de Natal,
De canções de luar, até ser dia.
E um dia tudo mudou. Tudo magoou.
A traição apagou o aroma leve e delicado
dos lírios. Não sei se irei voltar.
Mas hoje sei, que embora me vou.
Angela
Deitávamo-nos com sonhos dourados
Como quem tem a pele perfumada
Com as notas frescas de maracujá,
Ou com a fragrância floral que convirá!
E o abraço durou por muito tempo
A felicidade, sobrevoando os jardins,
Percorria espaços como páginas de livros
Aconchegando-se em veludos e cetins.
E a nossa vida era um filme de imagens
Abençoada pelas estrelas, de paz e alegria,
De portas abertas, luzes de Natal,
De canções de luar, até ser dia.
E um dia tudo mudou. Tudo magoou.
A traição apagou o aroma leve e delicado
dos lírios. Não sei se irei voltar.
Mas hoje sei, que embora me vou.
Angela