Forbela Espanca (1894-1930) est née à Vila Viçosa, au Portugal. Poète et poétesse d'avant-garde, son écriture est caractérisée par un ton confessionnel fort (ses textes correspondent à une sorte de journal intime, un langage personnel centré sur ses propres frustrations et aspirations), avec un accent érotique féministe sans précédent… (traduit)
Florbela Espanca (Flor
Bela de Alma Conceição Espanca) (1894-1930) nasceu em Vila Viçosa, Portugal.
Contista e poetisa de vanguarda, sua escrita é caracterizada pelo forte tom
confessional (seus textos correspondem a uma espécie de diário íntimo, uma
linguagem pessoal centrada em suas próprias frustrações e anseios), com um
acento erótico feminista sem precedentes..
https://www.jornaldopovo.com.br/site/blogs/485/258813/Florbela_Espanca.html
A Flor do Sonho
A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.
A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.
Prende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre...fantasia...ou, talvez sina...
Ó flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!...
Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa da minh'alma
E nunca, nunca mais eu me entendi…
Florbela Espanca
J'ai illustré mon post avec des photos que j'ai prises dans le nord du Portugal, où les magnolias fleurissent en hiver, et nous offrent ces belles corolles blanches ou roses, sur des troncs dénudés.
Je vous propose ma traduction (d'amateur) du poème ci-dessus:
La fleur du rêve
La fleur du rêve, immaculée, divine,
S'est miraculeusement ouverte en moi,
Comme si un magnolia de satin,
Se serait épanoui sur un mur en ruine.
Il accroche sur ma poitrine la tige douce et fine
Et je ne peux pas comprendre comment, enfin,
Cette fleur si rare s'est ouverte comme cela! ...
Miracle ... fantaisie ... ou peut-être le destin...
Oh fleur qui en moi tu es née sans épines,
Que mal y a-t-il que mes yeux soient tristes?
S'ils sont tristes pour l'amour de toi ?! ...
Depuis que, en moi par nuit calme tu es née
La fleur du rêve
La fleur du rêve, immaculée, divine,
S'est miraculeusement ouverte en moi,
Comme si un magnolia de satin,
Se serait épanoui sur un mur en ruine.
Il accroche sur ma poitrine la tige douce et fine
Et je ne peux pas comprendre comment, enfin,
Cette fleur si rare s'est ouverte comme cela! ...
Miracle ... fantaisie ... ou peut-être le destin...
Oh fleur qui en moi tu es née sans épines,
Que mal y a-t-il que mes yeux soient tristes?
S'ils sont tristes pour l'amour de toi ?! ...
Depuis que, en moi par nuit calme tu es née
L'envol de mon âme au loin s'est éloigné.
Et plus jamais, plus jamais je ne me suis comprise ...Escolhi a 1ª PRIMEIRA IMAGEM- Um longo caminho numa paisagem de serrado com sol brilhante.
da 71ª EDIÇÃO DO POETIZANDO E ENCANTANDO
https://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com/2019/02/71-edicao-do-poetizando-e-encantando.html
para responder ao convite a Prof.ª Lourdes Duarte! obrigada amiga!
Foi um semana em que não tive oportunidade de criar um poeminho meu, assim pedi ajuda à Florbela Espanca. Espero que gostem :)
Esfinge
Sou filha da charneca erma e selvagem.
Os giestais, por entre os rosmaninhos,
Abrindo os olhos d’oiro, p’los caminhos,
Desta minh’alma ardente são a imagem.
Embalo em mim um sonho vão,miragem:
Que tu e eu, em beijos e carinhos,
Eu a Charneca e tu o Sol, sozinhos,
Fossemos um pedaço de paisagem!
Sou filha da charneca erma e selvagem.
Os giestais, por entre os rosmaninhos,
Abrindo os olhos d’oiro, p’los caminhos,
Desta minh’alma ardente são a imagem.
Embalo em mim um sonho vão,miragem:
Que tu e eu, em beijos e carinhos,
Eu a Charneca e tu o Sol, sozinhos,
Fossemos um pedaço de paisagem!
E à noite, à hora doce da ansiedade
Ouviria da boca do luar
O De Profundis triste da saudade…
E à tua espera,enquanto o mundo dorme,
Ficaria, olhos quietos, a cismar…
Esfinge olhando a planície enorme…
– Florbela Espanca, 1923.
Ouviria da boca do luar
O De Profundis triste da saudade…
E à tua espera,enquanto o mundo dorme,
Ficaria, olhos quietos, a cismar…
Esfinge olhando a planície enorme…
– Florbela Espanca, 1923.