Accompagnons les flâneries de poètes de langue portugaise, les compositions de rimes, les pensées inquiètes ou riantes, de Fernando Pessoa, Luis de Camões, Florbela Espanca, António Nobre, Avelina Noronha, Manuel Fonseca...
(o tradutor à direita da página poderá contribuir para uma melhor compreensão dos textos. Obrigada)
Brinquemos aos poetas com a Profª Lourdes Duarte! A brincadeira tem como objetivo criar interação entre amigos, e incentivar o amor à poesia ! Assim nos convida a Lourdes, no seu Poetizando e Encantando, para que o seu bloque seja um local de encontro, de onde partimos para visitas aos outros blogues que participam com amizade e criatividade.
A imagem que copiei da 56ª edição do seu blogue e que me inspirou foi a 1ª Imagem: Um casal abraçados, se olhando apaixonado fazendo um coração com as mãos numa paisagem que tem um grande lago.
Sol dourado
Faço do sol a testemunha da minha crença de que nascemos para amar e ser amados! Mas acredito que haja outros que em desavença,
da fé no ódio se achem delegados!
Será que quem vê caras não vê corações, como diz o povo, em ar de tormento. De magia e encanto eu quero viver, sem palavras que se fundam num lamento!
Eu só quero ser aquela que, nos teus olhos da cor do ouro, se fez estrela, na noite iluminada de um coração ardente.
Mergulho na tua luz e o meu amor consente, respiro o brilho destas águas,
Je vous invite à connaitre la poesie de Francisco Rodrigues Lobo, (1580-1622), écrivain et poète portugais né à Leiria.
Étudiant en droit à l'université de Coimbra, Rodrigues Lobo a été l'un des principaux auteurs représentant le maniérisme au Portugal, un mouvement artistique européen, qui correspond à la période entre la Renaissance et le Baroque.
Le maniérisme se développe dans un climat d'incertitude et d'inquiétude qui sévit en Europe, que l'on situe entre 1530 et 1610, et marque une rupture avec l'esprit et l'idéal d'harmonie de la Renaissance. C'est un art de l'émotion et du sentiment. Le maniérisme cherche à provoquer l'effet de surprise et toutes sortes de sensations.
Rodrigues Lobo, n'a pas vécu une longue vie; il se noya dans le Tage, lors du naufrage d'un bateau dans lequel il voyageait entre Santarém et Lisbonne.
En amateur, j'ai préparé la traduction du poème, sonnet bucolique:
"Fermoso rio Lis..." / La belle rivière Lis La belle rivière Lis, qui entre les bosquets Avances en freinant tes eaux lentes, Jusqu'à ce que les unes sur les autres, envieuses, Elles couvrent l'embrasure de ces rochers;
Vertes patelles, qui au pied de hautes falaises Tu es la maison des nymphes les plus belles, Fontaines, arbres, herbes, lis, roses, Dans ceux qui cachent l'amour, tant de secrets;
Si tu es libre de tout sentiment humain, Où il n'existe ni le choix ni la volonté, Mais où par toi les lois de l'amour sont respectées.
Comment ma pensée pourra-t-elle se libérer? De rendre l'âme, la vie et la liberté,
Si elle connait la raison d'être asservie?
Image de la rivière Lis qui baigne la ville de Leiria (Wikipedia)
Et voici les vers du poème original:
Fermoso rio Lis
Fermoso rio Lis, que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que umas sobre outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o vão destes penedos;
Verdes lapas, que ao pé de altos rochedos
Sois morada das Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores, ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde Amor tantos segredos;
Se vós, livres de humano sentimento,
Em quem não cabe escolha nem vontade,
Também às leis de Amor guardais respeito.
Como se há-de livrar meu pensamento
De render alma, vida e liberdade,
Se conhece a razão de estar sujeito?
- excerto de Primavera, Vales e Montes..., Floresta Undécima, de Francisco Rodrigues Lobo.
Para terminar: o convite da nossa querida Prof. Lourdes não está esquecido ! Trata-se da 55ª edição do Poetizando e Encantando, que tanto nos encanta, e de onde copio as duas imagens ! Aqui vai o meu contributo para a brincadeira das palavras mágicas ! Espero que gostem:
Mulher anjo
Mulher anjo, mulher ninfa, mulher lua, Carregas em ti o peso da dor e do amor Entregas ao vento, a tua alma nua, Com bênçãos de harmonia e resplendor!
Diz o vento, que maçada: na ramagem, Não te posso levar comigo ! Mulher natura te embrenhas na folhagem, Diz o sol, com seu calor: sou teu amigo!
Plantam-se sementes embriagantes de paixão, Mulher deusa, respira de liberdade o coração, E corres pela encostas da serrania!
Levanta-se o perfume da erva que crescia, Mulher flor, da terra dourada e sedenta,
Por atraso meu, a 54ª Edição da nossa querida amiga só foi participada bastante tarde! Mas como já tinha algumas linhas, terminei e publico mesmo assim:
A poesia é o encanto da alma folheada em versos. ( Erasmo Shallkytton) E eu transcrevo as suas palavras e a inspiração de “alma folheada” com 1ª Imagem- Uma jovem sentada entre as flores, romanticamente lendo um livro de poesias, conto ou romance.
LER
Um livro acorda o gigante com passos de granito e de bruma, com folhas de campos de giestas, com rolos de montanhas de espuma.
Nas rotas do conhecimento, nas páginas por onde a musa seguia, por penhascos assombrados, por onde a lenda crescia!
Num livro se içam as velas, e de palavras se cobre o mar, enviam-se mensagens de amor, lêem-se cartas de marear.
Mas por mais que o céu tenha limites, que ligam o passado ao presente, por vezes a mente se aventura, em leitura inconfidente!
Diz a Prof. Lourdes no seu blogue POETIZANDO E ENCANTANDO que “....É uma brincadeira sem competição, participa-se com o coração e o amor a poesia...” Em resposta ao desafio que nos propõe esta semana, na 53ª Edição, escolhi a 1ª Imagem- uma linda jovem deitada, alegre, feliz, sorrindo rodeada de rosas em sua cama. Tenho muito gosto em participar ! Vou ver se consigo !
A procura
O sonho procura o amor Na forma e na cor que melhor lhe convier, Que seja homem, que seja mulher, As convicções podem contar-se, nas pétalas de uma flor!
O amor procura a paixão. Com laivos rubros de infinito, Nos versos do desencanto, Nas promessas de um novo canto, No vermelho sangue de um grito.
O coração procura a razão Pelos caminhos da emoção! Na linhas da palma da mão No veludo cor de carmim, Na doce almofada de cetim!
Mas a paixão esconde-se da razão, Nas dobras de um véu etéreo, Em rodas vivas de mistério. E de novo o mundo encanta Porque será sempre o amor Que sairá vencedor!
Em resposta ao convite da 52ª Edição do Poetizando e Encantando, fica aqui a minha participação; embarquemos com a querida Prof. Lourdes na nau das palavras poéticas, transpondo,
a 1ª Imagem - Uma paisagem com uma estrada em meio a natureza, como se formasse galhos de uma grande árvore. Uma jovem caminha em frente, escolhendo sua direção.
o coração aconselha-nos sobre os caminhos a seguir.
Ninguém adivinha o que está por vir !
A incerteza bate-nos à porta.
Mesmo sendo remota,
ela exibe o seu brilho!
Será mesmo por este trilho,
pertença de Madalenas arrependidas?
que nos atraem sinfonias desmedidas,
prendem-nos ilusões perdidas,
mágoas contidas,
tudo nos enriquece,
e a vida acontece!
Assim procuramos mentes airosas,
como essências de rosas,
que nos ajudem a escolher,
no misto de destinos cruzados
que o futuro tem para oferecer !
Então encontraremos amores cobertos de aurora,
vaidades pelo mundo fora,
os sorrisos de uma criança,
que refletem ternura e esperança,
e o coração acalma e descansa !
Angela
Je vous propose aujourd'hui de suivre les vers de ce poème écrit para José Luís Tinoco, mis en musique et déjà interprété d'abord par Carlos de Carmo, et depuis par grand nombre de chanteurs portugais.
Ici, par la voix de la chanteuse portugaise Dulce Pontes, j'espère qu'il vous plaira :
No Teu Poema - Dulce Pontes
Publié par Mlle Lisieux Ajoutée le 24 juil. 2011
NO TEU POEMA... Versos imortais de José Luís Tinoco, já interpretados por Carlos do Carmo, Mafalda Arnauth, a grande Simone de Oliveira e... Sra. D. Dulce Pontes.
J'espère que ma traduction d'amateur vous aiderá à aimer ce joli poème :
Dans ton poème il y a un vers en blanc et sans mesure, un corps qui respire, un ciel ouvert, une fenêtre qui se penche vers la vie. Dans ton poème, il y a la douleur silencieuse en arrière-plan, le pas du courage dans la maison sombre et un balcon ouvert sur le monde.
Il y a la nuit le rire et la voix refaite à la lumière du jour, la fête de Notre Dame de l'Agonie et la fatigue du corps qui s'endort sur un lit froid.
Il y a une rivière, la destinée d'être né faible ou fort, le risque, la colère et la lutte de celui qui tombe ou qui résiste, qui gagne ou qui s'endort avant la mort.
Dans ton poème il y a le cri et l'écho de la mitraille, la douleur que je connais par coeur mais ne récite et les rêves inquiets des recalés.
Dans ton poème il y a un chant de l'Alentejo, la rue et la criée d’une vendeuse et voilier soufflé par le vent. Il y a une rivière la destinée d'être né faible ou fort, le risque, la colère et la lutte de celui qui tombe ou qui résiste,
qui gagne ou qui s'endort avant la mort.
Il y a une rivière Le chant des voix à l'unisson, des voix justes Une chanson de parole unique Et d'un seul destin à embarquer Sur le quai d'un nouveau navire des découverte Dans ton poème il y a de l'espoir attisé derrière le mur, il y a encore tout ce qui s’échappe et un vers en blanc qui attend le futur.
Et voici le texte du poème original:
No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.
No teu poema existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura
e, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
Existe um rio
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra
E um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.
a imagem que serve de inspiração à minha poesia do dia
obrigada querida Prof. Lourdes, pelo amável convite !
1ª Imagem- Uma jovem sentada na varanda, com olhar perdido, inerte em seus pensamentos, aprecia o mar. A imagem é em preto e branco.
O Amor que está longe
Abro a janela do meu olhar
Na profundidade da minha alma,
Encontro o meu sonhar.
Sinto o peso da saudade:
Foste dar a volta ao mundo
Deixaste-me num dilema profundo.
Como amar-te de tão longe ?
Tão ausente o amor,
Não tem cor.
Trago o vestido de jovem por casar.
Onde foi parar o contorno do teu rosto ?
Pergunto às nuvens questiono o ar.
Na dúvida carente culpo o mar.
Lágrimas de mágoa soltam-se de mim,
O oceano é imenso, não tem fim.
Não pensar em ti não consigo,
Quero-te perto, quero-te comigo,
Levaste contigo a luz da felicidade.
Tal Penélope Lusitana,
Cada dia desfaço a trama.
Chamo por ti no tumulto da cidade,
Só me responde o silêncio,
Suave mistério do amor,
No tormento de uma flor.
Angela
Mas as coisas mudam ! Gisela João canta VOLTASTE Il y a une évolution :
Gisela João - Voltaste Publié par Virgilio Barata Ajoutée le 19 sept. 2016 Ao Vivo, no Largo de S. Carlos, inserido no evento Lisboa na Rua
Voltaste, ainda bem que voltaste
As saudades que eu sentia
não podes avaliar
Voltaste, e à minha vida vazia
Voltou aquela alegria
que só tu lhe podes dar
Voltaste, ainda bem que voltaste
Embora saiba que vou
sofrer o que já sofri
Cansei, cansei de chorar sozinha
Antes mentiras contigo
do que verdades sem ti
Voltaste, que coisa mais singular,
Eu quase não sei cantar
se tu não estás a meu lado
Voltaste, já não me queixo não grito
És o verso mais bonito
deste meu fado acabado
Voltaste, ainda bem que voltaste
O passado é passado,
para quê lembrar agora
Voltaste, quero lá saber da vida
Quando dormes a meu lado,
a vida dorme lá fora
Le symbolisme est courant littéraire et artistique qui surgit en Europe au XIXe siècle, qui par oppostion au naturalisme et au matérialisme, cherche à développer un art nouveau qui fait appel à la suggstion et à l'intuition et au moyen des sensations et des impressions que les choses provoquent.
Les
oeuvres du symbolisme s'inspirent de la spiritualité, de l'imagination, de
rêves et sont imprégnées de métaphysique, de mystère, voire de
mysticisme.
Je vous presente un poète que j'ai découvert : Afonso Henrique da Costa Guimarães, dit Alphonsus de Guimaraens (né le 24 juillet 1870 à Ouro Preto, Minas Gerais, Brésil – mort le 15 juillet 1921, à Mariana, Minas Gerais, Brésil) est un poète et écrivain brésilien.
Il écrivit surtout de la poésie et on le considère comme l'un des principaux symbolistes.
Alphonsus était le fils d'Albino da Costa Guimarães, commerçant de Cepães, Braga, Portugal, qui était parti s'installer au Brésil, et de Francisca Paula Guimarães Alvim, elle-même nièce du poète Bernardo Guimarães.
Voici ma traduction (d'amateur) d'un de ses poèmes:
Ismália
XXXIII Lorsqu’Ismália perdit la raison, Elle monta sur la tour pour rêver ... Elle a vu une lune dans le ciel, Elle a vu une autre lune dans la mer
Dans le rêve où elle s’est égarée, Au clair de lune elle s'est baignée ... Elle voulait monter au ciel, Elle voulait descendre à la mer ...
Et, dans sa divagation, Dans la tour, elle s’est mise à chanter ... Elle était tout près du ciel, Elle était loin de la mer ...
Et comme un ange elle a baissé Les ailes pour s'envoler ... Elle voulait la lune du ciel, Elle voulait la lune de la mer ...
Les ailes que Dieu lui a données De chaque côté se sont déployées... Son âme est montée au ciel, Son corps est descendu à la mer …
Et voici le poème avec le texte original
Quando Ismália
enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se
perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo
pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe
deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
Alphonsus
de Guimaraens Alphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães (Ouro Preto, 24 de Julho de 1870 - Mariana, 15 de Julho de 1921, foi um escritor e poeta brasileiro. A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística... Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inadaptação ao mundo. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente neo-romântico e simbolista. Filho de Albino da Costa Guimarães, comerciante nascido em Cepães, Braga, Portugal, e de Francisca de Paula Guimarães Alvim, sobrinha do poeta Bernardo Guimarães (Wikipedia)
"..Sua poesia, equilibrada e uniforme, é quase toda voltada para o tema da morte da mulher amada (a morte da prima a quem amava, Constança, marcou profundamente a vida do poeta), e todos os outros temas que explorou – natureza, arte e religião – estão relacionados àquele…"
Em resposta ao convite da Prof. Lourdes e da sua 50ª edição
do seu Poetizando e Encantando, escolhi a 4 Imagem-
Parte do mapa da América do Sul com destaque o Brasil em vermelho intenso e
brilhante, no centro um girassol.
A força da amizade, um abraço especial aos
amigos do outro lado do Atlântico, a quem agradeço e desejo as maiores felicidades :) com a minha participação desta semana:
De longe saúdo o Brasil, no seu estado puro e cristalino, na sua força como o diamante, na teia de lendas e história, que nos liga com glória, ao doce país irmão.
O nosso abraço percorre as cidades maravilhosas, os trilhos de navegantes que foram ganhar o pão, que venceram a sua dor , na imensidão tropical, ao largo do Bojador.
Foram lutas aguerridas, tantas vidas perdidas, tantas preces a um Deus maior.
Candura de índias formosas, filhos guerreiros e valentes, que cobriram de porcelana, as fachadas do Maranhão.
Foi a epopeia sem honras, do povo de Mazagão.
Um dia abriu-se uma flor, pintada com as cores do sol, e toda a paisagem sorriu, no reino do beija-flor!
Angela
Espero que gostem :)
Prece (o fado) - Catarina Wallestein
Publié par coloo