David Mourão-Ferreira (1927-1996) né et décédé à Lisbonne, a été une présence marquante dans la littérature du Portugal du XXe siècle.
Romancier, poète, licencié en Philologie romane (faculté de Lettres de Lisbonne), traducteur, critique littéraire, passionné par sa ville natale dont il nous rend présentes les émotions avec beaucoup d'intensité.
Le poème sur Noël est l'occasion de reprendre un thème qui lui est cher, la nostalgie de l'enfance heureuse, quando les Noëls étaient plein de magie dans les rues, au bord du Tage.
Voici ma traduction libre du poème sur Noël:
Natal à Beira-rio / Noël en bord de rivière
Est-ce le bras du sapin qui frappe à la fenêtre?
Et la petite aiguille qui court vers sa destinée!
Tais-toi, vieux vent! C’est Noël qui passe,
qui de l’eau m’apporte l’enfance ressuscitée.
De la maison où je suis né on voyait le fleuve.
Si jeunes mes parents, si jeunes dans le passé!
Et l’enfant Jesus naissait à bord d’un navire
qui était sur le quai, la nuit, illuminé...
Oh nuit de Noël, quelle odeur de marée!
Aprés, je ne sais plus qui j’étais perdu sur la terre.
Et plus sur terre la terre m’enveloppait
plus la terre devenait le nord de celui qui errait.
Viens, Poésie, viens, maintenant me conduire
sur le bord de ce quai où Jesus naissait..
Serais-je après tout, de ceux qui errant sur la terre ferme,
de Jésus, de la Mer, ou de la Poésie, sentent la necessité!
Et la petite aiguille qui court vers sa destinée!
Tais-toi, vieux vent! C’est Noël qui passe,
qui de l’eau m’apporte l’enfance ressuscitée.
De la maison où je suis né on voyait le fleuve.
Si jeunes mes parents, si jeunes dans le passé!
Et l’enfant Jesus naissait à bord d’un navire
qui était sur le quai, la nuit, illuminé...
Oh nuit de Noël, quelle odeur de marée!
Aprés, je ne sais plus qui j’étais perdu sur la terre.
Et plus sur terre la terre m’enveloppait
plus la terre devenait le nord de celui qui errait.
Viens, Poésie, viens, maintenant me conduire
sur le bord de ce quai où Jesus naissait..
Serais-je après tout, de ceux qui errant sur la terre ferme,
de Jésus, de la Mer, ou de la Poésie, sentent la necessité!
David Mourão-Ferreira
Natal à Beira-rio
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
a trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado...
.
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
mais da terra fazia o norte de quem erra.
.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
à beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia!
David Mourão-Ferreira
Cancioneiro de Natal (1971)
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
a trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado...
.
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
mais da terra fazia o norte de quem erra.
.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
à beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia!
David Mourão-Ferreira
Cancioneiro de Natal (1971)
Rues de Lisbonne avec vue sur le Tage
Bom dia, querida Ângela
RépondreSupprimerESTA É A MINHA MENSAGEM DE ANO NOVO:
Para desejar um feliz Ano Novo faço-me acompanhar DAS PALAVRAS de Carlos Drummond de Andrade, que muito admiro:
“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”
FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
obrigada pela visita Mariazita,
Supprimerirei ver o seu novo post !
Angela
Um belo poema acompanhado de uma não menos bela imagem.
RépondreSupprimerMuchas gracias por todo tus comentarios en las entradas
RépondreSupprimerBesos
Não conhecia este poema de David Mourão-Ferreira, mas está tão bem feito, encadeado.
RépondreSupprimerRecordações aninham-se na memória do poeta, em tempo de natal. É normal.
O pedido dirigido à poesia está fantástico.
As fotos estão bem conseguidas.
ENTÃO, BOM ANO NOVO!
beijinho Céu
Supprimeraté logo !
Hola me paso tu blog Anna de Poemias.
RépondreSupprimerEs muy interesante tu blog pasare mas amenudo.
Besos
obrigada Manuel,
Supprimero link não ficou registado, mas deixo aqui um abraço
Angela