Rosa
Rosa colhia sozinha Rose cueillait seuleLindas rosas no jardim De belles roses dans son jardin
E nas faces também tinha Et sur les joues elle avait aussi
Duas rosas de carmim. Deux roses de carmin.
Cheguei-me e disse-lhe: Rosa En la voyant je lui dis: Rose
Qual dessas rosas me dás? Laquelle de ces roses tu me donnerais?
As da face primorosa Celles de tes joues gracieuses
Ou essas que unindo estás?... Ou celles que tu es en train d'assembler?...
Ela fitou-me sorrindo, Elle me regarda en souriant,
Ainda mais enrubesceu; Et plus encore elle rougit;
Depois, ligeira fugindo, Puis, légère en s'éloignant,
De longe me respondeu: De loin elle me répondit:
"Não dou-te as rosas das faces "Les roses de mes joues je ne te donnerai
Nem as que tenho na mão: Ni celles que j'ai dans ma main:
Daria, se me estimasses, Je te donnerai, si tu m'estimes,
As rosas do coração." Les roses que j'ai dans mon coeur."
NA FAZENDA
Dorme
a fazenda. Uniformes,
Com seu inclinado teto,
Têm as senzalas o aspeto
De um bando d´aves enormes.
Os cães, no pátio encoberto,
Repousam de orelha erguida;
São como oásis de vida
Da escuridão no deserto.
De vagos tons uma enfiada
Com o torpor luta e vence-o;
É no burel do silêncio
Franja sonora bordada.
Às vezes, da porta estreita
Sai um chorar de criança,
Chamando a mãe que descansa
Morta do afã da colheita.
Talvez no infantil assombro
Já se lhe antolhe mais tarde:
— O eito enquanto o sol arde,
E o peso da enxada ao ombro.
Os cães levantam-se a meio,
Geme a criança um momento
E, a pouco e pouco, em lamento
Sucumbe o isolado anseio.
Longe, na sombra perdido,
Há no perfil de um oiteiro
Algo de estranho guerreiro
Da cota de armas vestido.
Ao lado reluz a linha
De extensa e alvacenta estrada,
Como a lâmina da espada
Que lhe saltou da bainha.
E o disco da lua nova
No lar azul das esferas,
De nuvens que lembram feras,
Como um réptil sai da cova.
Ondula no espaço o fumo
De algum incêndio invisível;
Chora a criança, impassível
Prossegue a noite em seu rumo.
Afonso Celso
(De Rimas de outr´ora,
1894)
Para dar à minha mulher no domingo que é o nosso vigésimo terceiro aniversário de casamento.
RépondreSupprimerParabéns a sua esposa, Pedrão.
SupprimerQuanta paciência tem ela com
você dentro de casa na quarentena,
hein! (risos).
Só quem é amigo permite tal brincadeira.
Beijos e beijos, muitos.
Olá, querida amiga Ângela!
RépondreSupprimerUma rosa apenas e tanta alegria contida no peito de quem a receber.
A Rosa do coração é uma rosa da amizade.
Poeta com lirismo acentuado.
Tenha uma nova semana abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Muito bom...Gostei de o ler! :)
RépondreSupprimer-
Morre lentamente ...
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Beijos, e um excelente dia de Quarta Feira!
Desconhecia e por isso gostei de ler!!! Bj e belo olhar!
RépondreSupprimerBelos poemas de um poeta que desconhecia por completo. Grata pela partilha.
RépondreSupprimerAbraço, saúde e uma boa semana
Achei o poema "Rosa" delicioso.
RépondreSupprimerUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Olá,
RépondreSupprimerNão conhecia este extraordinário Poeta e fiquei encantada com tão belas poesias.
Obrigada por partilhar connosco estas preciosidades.
Fique bem, um abraço!
Isabel
Dois belíssimos poemas aqui colho depois de colher linda quadra em meu modesto espaço! Abraço cordial! Gratidão! Laerte.
RépondreSupprimerMeu Deus como chove aqui
RépondreSupprimeronde moro...
Gente, boa noite a todos
e bom fim de semana.
Não sendo propriamente um poeta, este poema, a sua obra prima, é realmente um belo exemplo do estilo da penúltima viragem do século.
RépondreSupprimerParabéns pela foto.
Tudo de bom. Beijinho
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