Antonio Gedão - Pedra filosofal - chanté par Manuel Freire - publié par Eduardo Cunha
Antonio Gedeão – poète portugais
De son vrai nom Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, professeur et poète portugais né à Lisbonne le 24 novembre 1906, décédé en 1997.
Je vous invite à lire et à écouter ce poème écrit dans les années 60, très connu, de ce grand poète portugais du siècle dernier, et pour cela je vous propose une traduction libre du texte:
Pedra filosofal / pierre philosophale
Ils ne savent pas que le rêve
est une constante de la vie
aussi concrète et définie
que n'importe quelle autre chose,
comme cette pierre grise
sur laquelle assis je me repose,
comme ce ruisseau acalmé
en de sereins soubressauts,
comme ces sapins hauts
qui de vert et or s'agitent,
comme ces oiseaux qui crient
en des soûleries d'Azur
Ils ne savent pas que le rêve,
est le vin, l'écume, le ferment,
petit animal vif et assoiffé,
avec son museau pintu,
qui creuse au travers de tout
dans un perpétuel mouvement.
Ils ne savent pas que le rêve
est la toile, la couleur, le pinceau,
la base, le fût, le chapiteau,l'arc en ogive,
le vitraille pinacle de cathédrale,
le contrepoint, la symphonie,
qu'il est la moufle de l'alchimiste,
l'or, la cannelle, l'ivoire,
le fleuret de l'escrimeur,
les coulisses, le pas de danse,
Colombine et Arlequin,
la machine volante,
le paratonnerre, la locomotive,
le bateau à la proue festive,
le haut fourneau, le générateur,
la scission de l'atome, le radar,
l'ultra-son, la télévision,
l'aterrissage en fusée
sur la surface lunaire.
Ils ne savent pas, ni ils devinent,
que le rêve comande la vie.
Qu'à chaque fois que l'homme rêve
le monde rebondit, et va de l'avant
comme un ballon coloré
entre les mains d'un enfant.
António Gedeão, vivant sous le régime de la dictature qui a gouverné le Portugal pendant près de 40 ans jusqu'à la Révolution des Oeillets qui a eu lieu le 25 avril 1974, faisait partie des poètes qui lutaient pour la liberté d'expression.
Dans ce poème, il critiquait la répression sous toutes ses formes; intégré dans le mouvement des artistes engagés, ce poème était un cri de révolte et en même temps d'espoir pour toute une génération.
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão de átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão
ADORO!!!!!
RépondreSupprimerBoa semana
Obrigada Angela, por fazer parte do meu jardim.
RépondreSupprimerEste pequeno blog eu chamo de "meu jardim"
onde exponho os meus sentimentos
uns bons e outros menos bons momentos.
Gosto de tê-la comigo...vejo que aprecia poesia!!
Volte sempre. Um Santo e feliz Natal...beijinho amigo
/poemasdaminhalma.blogspot.pt
Que óptima escolha, querida Ângela!
RépondreSupprimerAdoro este poema de Gedeão, e Manuel Freire canta-o de forma magistral!
António Gedeão escreveu poesia muito bonita.
É dele um poema apropriado a esta época, cujo título é, precisamente, "DIA DE NATAL". Se não conheces aconselho-te a procurá-lo e ler; tenho a certeza que vais gostar...
Aproveito a oportunidade para desejar, e ti e toda a família, umas Festas Natalícias muito felizes, com Alegria, Paz e Amor.
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Olá, Ângela!
RépondreSupprimerEstás boa? Aqui, tudo normal e calmo.
Mas quem não gosta deste poema? Ninguém, creio eu!
E sonhar é tão bom! É um ato constante, felizmente.
Beijinhos num cestinho e "curte bué" o Natal!
Felices fiestas.
RépondreSupprimerGracias por pasar por mi blog.
Es de agradecer.
Besos